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Médico Fausto Stauffer explica como fortalecer o coração e prevenir doenças

Com o início do surto de coronavírus, o especialista precisou dedicar mais tempo aos pacientes que ligam com dúvidas sobre a Covid-19

atualizado

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@drfaustostauffer/Reprodução/Instagram
Fausto Stauffer
1 de 1 Fausto Stauffer - Foto: @drfaustostauffer/Reprodução/Instagram

Pós-doutorando pela Universidade de Brasília (UnB) na área de Insuficiência Cardíaca, o médico Fausto Stauffer é um dos cardiologistas de maior renome do país. Doutor em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele assumiu a diretoria científica da Sociedade Brasileira de Cardiologia do DF em janeiro.

Contato salvo na agenda telefônica dos pacientes, Fausto passou a receber ligações e mensagens com maior frequência desde que o surto do novo coronavírus teve início. Como não há medicamento eficaz para prevenir da Covid-19, o cardiologista orienta manter ou criar hábitos saudáveis a fim de evitar a contaminação da doença.

“Pessoas com o peso controlado, que fazem atividade física regularmente, são menos estressadas e dormem bem estão mais protegidas”, explica o especialista. Outro conselho de Fausto a ser colocado em prática é imunizar-se contra gripe e pneumonia para evitar infecções secundárias.

Ao tirar dúvidas dos pacientes, o cardiologista segue o protocolo de tranquilizá-los. Primeiro, Fausto aborda na conversa a baixa taxa de mortalidade para o número de infectados. Ele ressalta, ainda, sobre a importância de buscar informações em fontes confiáveis, como o Ministério da Saúde.

A orientação continua. O médico informa da vulnerabilidade para complicações caso a pessoa seja acometida com o vírus. A quem não faz parte do grupo de risco, ele recomenda realizar o isolamento social. O intuito do distanciamento é evitar a transmissão a outros indivíduos.

Fausto Stauffer
O cardiologista busca tranquilizar os pacientes quando recebe mensagens sobre a Covid-19

Porém, com pacientes com comorbidades e idosos, Fausto atua de modo mais rigoroso. “Se é do grupo de risco, peço sempre para me ligar no caso de sintomas de Covid-19”, explica. Como acontece com outras enfermidades, o diagnóstico precoce do novo coronavírus contribui na eficácia da terapêutica adotada.

A confirmação da doença é feita pela detecção do vírus nas vias aéreas (swab nasal) e da reação inflamatória do pulmão por meio da tomografia de tórax. “Com base nesses resultados, decidimos em conjunto o melhor tratamento a ser utilizado”, esclarece o especialista. Devido a alta procura por informações via WhatsApp, o médico fez algumas alterações na agenda de atendimentos e dedicou mais tempo para responder às mensagens de pacientes e familiares.

As dúvidas não se restringem apenas aos sinais da Covid-19. Doenças cardíacas também estão entre os questionamentos. Comorbidades relacionadas ao coração são as que mais matam no mundo. O mesmo ocorre no Brasil, onde um terço da população morrerá de problemas cardiovasculares.

Dentre as enfermidades mais frequentes, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC), hipertensão e insuficiência cardíaca. De acordo com Fausto, em situações de dor no peito, dormência no corpo e falta de ar, deve-se entrar em contato com o cardiologista ou procurar imediatamente uma emergência.

Fausto Stauffer
Devido à alta procura por informações via WhatsApp, o médico dedicou mais tempo para responder às mensagens de pacientes e familiares

Vale frisar que o histórico familiar deve ser levado em consideração na maioria dos casos de pressão alta e diabetes. Em relação a infarto e AVC, as chances de desenvolvê-las ocorre quando precoce em ascendentes com menos de 55 e 65 anos, para sexo masculino e feminino, respectivamente.

Pandemia

Por conta da turbulência da pandemia, foram afetados os lados físico e emocional, o qual está ligado ao sistema cardiovascular. “Tanto as emoções de felicidade quanto as de tristeza e ansiedade fazem com que sejam liberadas substâncias com ação direta no coração e vasos sanguíneos, podendo levar a palpitação, taquicardia, pressão alta e dor no peito”, descreve o médico.

Devido ao período de isolamento, as pessoas precisam controlar o estresse, e combater o sedentarismo e as compulsões alimentares, conforme indica o cardiologista. Ele instrui os pacientes a praticarem técnicas de meditação e ioga, realizarem atividade física ao ar livre sem aglomerações e evitar ao máximo consumir carboidratos para não ter ganho de peso.

“Quando analisamos a relação dos fatores de risco da doença cardiovascular com as dietas, a de baixo carboidrato é a que melhor controla o peso e a diabetes. Uma dica nutricional neste período de quarentena é tentar restringir os carboidratos”, aconselha o cardiologista.

Fausto Stauffer
Principalmente em relação ao novo coronavírus, o médico aconselha informar-se em fontes confiáveis

O médico explicou que não existe um alimento em específico que faça bem totalmente ao sistema circulatório: “Temos estudos mostrando benefício e malefício de todas as dietas para saúde cardiovascular”.

Ele aconselha ficar de olho na alimentação e também manter os exercícios físicos em dia para ajudar a ativar a circulação sanguínea, alterada pelo confinamento domiciliar. Fausto recomenda movimentar o corpo como for possível. “Se não consegue se exercitar ao ar livre, siga qualquer planejamento de atividade física em casa”, indica o cardiologista.

Além dos benefícios cardiovasculares, malhar colabora para a saúde mental. Seguindo as próprias sugestões, Fausto continua com a rotina de treinos em dia. Ele tem corrido na rua e realizado atividades funcionais dentro do lar.

Medicina

Com um currículo extenso, Fausto se declara carioca de nascimento, mas brasiliense de coração. O amor pela medicina não está no sangue, como costuma ocorrer com alguns profissionais que seguem o mesmo caminho de pais ou parentes. “Nem médico na família tenho”, afirma.

Fausto Stauffer
Pós-doutorando pela UnB, Fausto nasceu no Rio de Janeiro, mas se considera brasiliense de coração

Os indícios de que seria médico começaram ainda na infância, quando dizia querer cuidar do coração. Anos se passaram e a especialidade eleita por Fausto foi a cardiologia, responsável por diagnosticar e tratar as doenças relacionadas ao órgão vital e vasos sanguíneos.

Apaixonado pela profissão, o especialista sente satisfação em ajudar ao próximo. “Meu maior prazer é receber o carinho e agradecimento dos meus pacientes e seus familiares”, define Fausto. Tanto amor pela medicina se reflete nos atendimentos. Geralmente, o profissional começa tratando de uma pessoa e, quando menos imagina, parentes e amigos também recorrem aos cuidados. “Fico orgulhoso”, revela o cardiologista.

 

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