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“Milagre alemão”: saiba como país europeu enfrenta o coronavírus

Testagem em massa, isolamento social e ampliação da rede hospitalar fazem da Alemanha um exemplo no controle da epidemia

atualizado

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Peter Zelei Images/Getty Images
bandeira da alemanha com ilustrações do coronavírus
1 de 1 bandeira da alemanha com ilustrações do coronavírus - Foto: Peter Zelei Images/Getty Images

Apesar de estar localizada no centro da Europa, cercada de países com altas taxas de mortalidade e que sentiram com muita força a chegada do novo coronavírus, a Alemanha é uma das nações com menos mortos em comparação à quantidade de casos confirmados: 135.843, no total. Enquanto a Itália conta com mais de 22 mil mortes, Espanha, 19.130 e França, 17.920, a Alemanha tem 3.890 óbitos.

A história do coronavírus na Alemanha começou em estações de esqui. Os primeiros pacientes foram infectados pelo Sars-CoV-2 em resorts de inverno na Áustria e Itália e eram, em sua maioria, jovens.

Porém, o país liderado pela chanceler Angela Merkel agiu rápido. Implantou medidas severas de distanciamento social e, no primeiro discurso em 14 anos de governo, a líder fez um pronunciamento à população comparando a situação com uma guerra. Foram fechadas escolas, centros comerciais, fábricas e fronteiras logo no início da infecção. Agora, essas medidas estão começando a ser flexibilizadas.

Com um esquema de testagem em massa, o governo identifica pessoas com sintomas leves e até assintomáticas, aumentando o número de casos confirmados, mas mantendo a mortalidade baixa. Há equipes chamadas de “corona taxi” que vão até a casa das pessoas recolher amostras para a realização de exames. A idade média dos pacientes com Covid-19 no país é 49 anos, bem abaixo da Itália, onde a média está por volta dos 62 anos, já dentro do grupo de risco.

Testes
Ainda no meio de janeiro, o Charité Hospital, de Berlim, desenvolveu o próprio teste e postou a fórmula on-line, para que outros centros médicos do país fabricassem seus exames. Quando o primeiro caso de coronavírus foi registrado, em fevereiro, a Alemanha já tinha um estoque de testes.

“A razão pela qual temos tão poucas mortes no momento, quando comparado à quantidade de casos confirmados, pode ser o fato de estarmos fazendo um número enorme de diagnósticos laboratoriais”, explicou Christian Drosten, virologista-chefe do Charité, em entrevista ao jornal New York Times.

O país faz cerca de 350 mil testes por semana – o Brasil, em comparação, só tem capacidade para processar, por enquanto, 28 mil exames a cada sete dias e se prepara para chegar aos 210 mil, segundo o Ministério da Saúde. Sabendo onde estão os casos, o governo alemão consegue isolar os pacientes enquanto estão transmitindo a doença e hospitaliza os de maior risco antes que eles evoluam para quadros preocupantes.

“Quando tenho um diagnóstico precoce, posso tratar pacientes cedo – por exemplo, colocá-los em ventilador antes de que a saúde deles se deteriore – e a chance de sobrevivência é muito maior”, afirma o professor Hans-Georg Kräusslich, chefe do departamento de Virologia do hospital universitário de Heidelberg, um dos centros de pesquisa mais importantes do país, também em entrevista ao jornal americano. Profissionais de saúde também são testados regularmente.

No final de abril, as autoridades de saúde do país estão se organizando para testar, aleatoriamente, 100 mil pessoas a fim de detectar se está sendo criada uma imunidade coletiva.

Sistema forte
Além disso, a Alemanha possui um sistema de saúde robusto e aumentou a quantidade de leitos de emergência a um nível tão alto que está recebendo pacientes vindos da Itália, Espanha e França. O país tinha 28 mil unidades de UTI em janeiro e, no começo de abril, já tinha chegado a 40 mil leitos.

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