Um estudo inédito realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aponta que mais de 80 milhões de adultos brasileiros estão no grupo de risco para a Covid-19, a infecção provocada pelo novo coronavírus. No Distrito Federal, o número alcança 49,2% da população, o equivalente a 1.136.833 pessoas.
A informação partiu de um cruzamento entre dados sobre doenças crônicas e hábitos de vida, transmitidos ao Ministério da Saúde durante a última Pesquisa Nacional de Saúde (2013), e projeções atualizadas da população adulta.
Responsável pelo trabalho, o professor Leandro Rezende explica que, no início da epidemia, acreditava-se que os casos graves de Covid-19 estavam relacionados à idade das pessoas porém, com o tempo, descobriu-se que as comorbidades também desempenham um papel importante. “Os idosos apresentam mais comorbidades, por isso são o grupo com maior risco de complicações pela Covid-19, mas doentes crônicos também desenvolvem quadros graves”, afirma.
Os pesquisadores da Unifesp consideraram dois cenários de fatores de risco. O primeiro cenário incluiu idade igual ou superior a 65 anos, diagnóstico de doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), câncer nos últimos cinco anos e doença respiratória crônica. Nesse cenário, cerca de 34% da população brasileira, ou 53,8 milhões, poderia desenvolver um quadro com complicações. No DF, o número seria equivalente a 29,9%, ou cerca de 690 mil pessoas.
Na segunda situação, além dos problemas de saúde do primeiro cenário, foram incluídos asma (moderada a grave), doença renal crônica (paciente em tratamento, por exemplo, hemodiálise), obesidade e tabagismo. O número, então, passou para 86 milhões no Brasil e 1,1 milhão no DF. “É uma realidade na qual não cabe falar em isolamento vertical – apenas dos grupos de risco – pois a cada duas pessoas uma é grupo de risco”, aponta o professor Leandro Resende.
De acordo com o epidemiologista, o distanciamento social deve continuar sendo praticado para que o número de pacientes graves não provoque o colapso da rede hospitalar. “O ideal é que a gente continue controlando a curva de contágio, enquanto isso a rede hospitalar é preparada e parte da população cria imunidade ao Sars-CoV-2.”

Moises Dias/Metrópoles

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