metropoles.com

Militares temem e querem derrubar novo advogado de Mauro Cid

Cezar Bitencourt disse que tenente-coronel “cumpria ordens”; fala não teria sido combinada; apostam na estratégia de “coação irresistível”

atualizado

Compartilhar notícia

Vinícius Schmidt/Metrópoles
Bolsonaro Mauro Cid
1 de 1 Bolsonaro Mauro Cid - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A fala do novo advogado do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) deixou oficiais do Exército preocupados com os rumos da defesa do tenente-coronel Mauro Cid. Ontem (16/08), em entrevista à GloboNews, Cézar Bittencourt disse que o militar só “cumpria ordens”. Se referia ao caso das joias presenteadas ao então presidente, desviadas e vendidas nos Estados Unidos.

Militares disseram ao blog que a família Cid não teria sido consultada sobre a entrevista do advogado e a fala não representaria a opinião deles. Citam que Bitencourt ainda nem se encontrou com o ex-ajudante de ordens, tendo contato inicial apenas com o general Mauro Lourena Cid e com Gabriella Cid, mulher do tenente-coronel.

Esse motivo, segundo militares, já seria o bastante para substituir a defesa de Cid pela terceira vez. Já passaram: Rodrigo Roca, que estava mais interessado em não implicar Bolsonaro, e Bernardo Fenelon, que se demitiu por “quebra de confiança”.

O advogado da vez disse que Cid cumpria ordens hierárquicas e que não poderia se desviar delas, já que além de assessor de Bolsonaro é um militar.

“Assessor cumpre ordens do chefe. Assessor militar com muito mais razão. O civil pode até se desviar, mas o militar tem por formação essa obediência hierárquica. Então, alguém mandou, alguém determinou. Ele é só o assessor. Assessor faz o quê? Assessora, cumpre ordens” — Cézar Bittencourt.

A interpretação pode levar a defesa a atribuir toda a responsabilidade do desvio das joias sobre Bolsonaro, mesmo Cid sendo o agente executor. A estratégia estaria embasada no conceito de “coação irresistível”. Neste caso, a culpa de Cid seria excluída, já que o ex-ajudante de ordens estaria respondendo a um comando de um superior hierárquico.

A estratégia não agrada aos militares. Se houver uma transferência de culpa por parte de Cid, isso também poderá ocorrer com Lourena Cid, o pai. Isso porque o celular do general, que já foi apreendido pela Polícia Federal, pode conter mensagens de teor golpista, referentes ao 8 de janeiro e até antes. Como mostrado pela colunista do Globo, Bela Megale, militares temem que o conteúdo possa “contaminar a imagem do Exército”.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?