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Os dois probleminhas que Ibaneis enfrenta para voltar ao governo

Fora isso, está tudo bem para ele

atualizado 28/01/2023 9:23

Imagem colorida de homem de camisa azul Reprodução

O coração do PT nacional bate acelerado em favor da recondução de Ibaneis Rocha (MDB) ao governo do Distrito Federal. Ele foi afastado do cargo por 90 dias, decisão de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, sob a suspeita de ter sido omisso quando da tentativa fracassada de golpe em 8 de janeiro.

Moderados e radicais do PT não duvidam de que ele se omitiu, e admitem que não há explicação plausível para o fato de Ibaneis ter nomeado secretário de Segurança Pública o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, um bolsonarista de raiz. Torres está preso. Uma minuta de golpe foi encontrada em sua casa.

Ocorre que o PT prefere um Ibaneis fraco e cambaleante à frente do governo do Distrito Federal a uma Celina Leão (PP), a vice, que o substitui, fortalecida. Celina apoiou a reeleição de Bolsonaro. Tem mais experiência política do que Ibaneis, é mais habilidosa do que ele e quer seu lugar para se reeleger em 2026.

Em suma: Ibaneis sangrando é melhor e seria mais confiável do que Celina em plena forma. Ibaneis sempre foi um governador de meio expediente; Celina administra e faz política 12 ou mais horas por dia. No momento, ela tem feito todas as vontades do governo federal. Ali, há ministros encantados com o seu desempenho.

Ibaneis só tem dois probleminhas para voltar a governar o Distrito Federal. O primeiro atende pelo nome de Lula da Silva, presidente da República; o segundo, pelo nome de Alexandre de Moraes. Se você quer irritar Lula, defenda o retorno de Ibaneis ao governo. Alexandre é terminantemente contra.

Lula e Alexandre dizem que Ibaneis foi avisado com antecedência sobre o perigo que seria a nomeação de Anderson Torres “Gêmeas” para o comando de área tão sensível, como a da Segurança Pública. Mal tomou posse, Anderson viajou aos Estados Unidos ao encontro de Bolsonaro. Anderson sabia o que estava por vir.

O governador afastado também sabia. Na véspera do golpe, Ibaneis recebeu um informe da Polícia Federal alertando-o para os ataques que ocorreriam no dia seguinte contra os prédios do Congresso, do Supremo e do Palácio do Planalto. Não tomou nenhuma providência. Até a sala de Janja no palácio foi vandalizada.

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