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Chuvas: GDF precisa agir para não fazer do acaso obra do descaso

Urgente que Novacap e CEB coloquem em marcha o compromisso de providências para evitar que as chuvas previsíveis destruam patrimônio e vidas

atualizado

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Ricardo Taffner/Metrópoles
Arvores_AsaNorte-CAPA1
1 de 1 Arvores_AsaNorte-CAPA1 - Foto: Ricardo Taffner/Metrópoles

Tão certo quanto os terremotos no Japão, os furacões na Flórida ou as nevascas em Nova York, tornaram-se as tempestades tropicais na capital brasileira.

Depois de mais de uma década experimentando, todos os anos, chuvas com potencial de destruição, esses eventos naturais deveriam ser aguardados como o movimento da terra em torno de seu eixo. Não tem erro.

É inadmissível que as autoridades sejam pegas de surpresa com os estragos absolutamente aguardados de chuvas fortes como as dos últimos dias, que destelharam casas; destruíram subestações da CEB; e derrubaram árvores tão enraizadas quanto a cultura da falta de planejamento.

Do balaio de efeitos sobrenaturais, o brasiliense deve (com razão) se perguntar se o santo do DF é forte. Nossa população tem escapado fino de ser alvo de tragédias anunciadas.

Em fevereiro de 2018, ninguém se machucou quando um viaduto movimentado caiu em pleno centro de Brasília. Recentemente, abriu-se uma cratera que engoliu carros, mais uma vez, no coração da cidade.

As fotos de árvores deitadas sobre as calçadas da Asa Norte desfazem as sombras de dúvidas de que, se houvesse um ser vivo por perto (por milagrosa sorte não havia), os estragos seriam inimagináveis.

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Não há prioridade maior do que colocar a população em segurança. O governo precisa, com urgência, fazer um levantamento das regiões vulneráveis. Para evitar que árvores caiam na cabeça das pessoas depois de uma forte chuva, órgãos oficiais terão de se dedicar a uma análise dessas plantas e fazer a poda, com a retirada, se for o caso, nas situações de grande risco. Alô, Novacap.

Da mesma forma, a CEB precisa rever as condições de integridade em suas subestações. Se chove todos os anos, árvores caem e os pontos da CEB estão cercados de vegetação, passou da hora de criar uma estrutura com mais segurança. Inacreditável que, na capital federal deste Brasil, 37 mil unidades consumidoras de energia passem horas sem luz porque choveu forte.

Nesse sábado, o governador Ibaneis disse que o GDF pretende destravar as obras do Drenar DF e que a Novacap vai colocar em marcha os contratos de poda.

Fundamental que as palavras do chefe do Executivo local se tornem uma missão a ser perseguida, porque em 2020, aconteça o que acontecer, tem mais chuva de vento, raios e trovoadas com potencial de grande devastação. Imperioso como a força da natureza que o governo aja preventivamente para não fazer do acaso obra do descaso.

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