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Bolsonaro sobre decisão do Senado: “Derrota não é minha, tenho arma”

O decreto foi rejeitado por 15 votos a 9 na comissão e o governo não tem votos suficientes para tentar reverter a decisão no Plenário

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Cerimônia de posse do Ministro da Defesa. Brasília(DF), 02/01/
1 de 1 Cerimônia de posse do Ministro da Defesa. Brasília(DF), 02/01/ - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) ironizou a derrota que o governo sofreu no Senado na última quarta-feira (12/06/2019), quando o relatório do senador Marcos do Val (Cidadania-ES), que apoia a medida, foi rejeitado na Comissão de Constituições e Justiça (CCJ) da Casa. “Perdemos no Senado, mas a derrota não é minha. Eu já tenho uma arma”, argumentou o mandatário da República.

O decreto foi rechaçado por 15 votos a 9 na comissão – e o governo não tem votos suficientes para tentar reverter a decisão no Plenário, em votação que está marcada para o próximo dia 18 de junho. “A doutrina jamais vai admitir revólver de madeira”, ironizou o chefe do Executivo nacional.

Ao comentar a aprovação dos créditos complementares (PLN-04), Bolsonaro disse que o consenso conseguido na Câmara pela sua articulação política foi “coisa rara”. “Se não votasse esse buraco no orçamento, [dinheiro] não viria de mim. Houve entendimento no Parlamento. Coisa rara!” enfatizou.

Nesta semana, o governo aprovou liberação de crédito para o governo quitar gastos. Trata-se de um mecanismo conhecido como “Regra de Ouro”, que impede o governo de contratar dívidas para pagar despesas correntes. A ideia é impedir o hiperendividamento.

O titular do Palácio do Planalto recebeu, na manhã desta sexta-feira (14/06/2019), jornalistas que cobrem o dia a dia do Palácio do Planalto como setoristas para café da manhã. O Metrópoles estava entre os meios de comunicação convidados. No último encontro com profissionais de mídia, o jornal também constava entre os participantes.

“Piadas de mau tom”

Jair Bolsonaro também falou sobre outros temas, como o recente vazamento que envolve o nome do ministro Sergio Moro. Em tom jocoso, Bolsonaro disse não temer a invasão de um hacker. Segundo ele, se isso ocorresse com o seu celular, o que viria à tona seriam “brincadeiras que podem ser consideradas de mau tom”. “Ninguém pode mais brincar neste Brasil”, reclamou.

O mandatário do país informou ainda que se reuniu com o diretor da Polícia Federal, Marcelo Leite Valeixo, para pedir rigor nas apurações. “Esse tipo de crime deve ser investigado, porque pode gerar complicações na vida pessoal”, pontuou, citando o caso de um homem casado que vai a um motel com outra pessoa. “A única forma de se comunicar com segurança é pessoalmente. Não tenho nenhum problema, estou muito bem casado”, destacou.

Ao pontuar sobre a possibilidade de saída de Moro do governo, Bolsonaro garantiu que o assunto não foi cogitado. “Ele não falou nem eu pensei em abordar isso com ele. Confio no Moro”, frisou.

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, contou que todos os ministros recebem, ao assumirem o cargo, um celular com criptografia mais avançada, referindo-se aos aparelhos preparados com a chamada “criptografia de Estado”. Ou seja, um código muito mais embaralhado do que os utilizados em celulares normais.

No entanto, os ministros acabam não usando esse aparelho devido a “limitações” do sistema. “Em uma semana os ministros desistem”, ressaltou Heleno. Ele saiu em defesa do colega da Justiça: “O Moro não deve nada, pode vasculhar. Em minha modesta opinião, a conversa do Moro é banal”, observou.

“Canalha”

A respeito dos questionamentos levantados por Lula acerca da veracidade da facada, durante a campanha, Bolsonaro reagiu: “Não tenho que dar explicações sobre esse sujeito. Uma facada na barriga do Lula só sairia muita cachaça”. Na sequência, o presidente questionou os jornalistas: “Alguém acha que eu teria dinheiro e influência para inventar uma coisa dessa?”.

Nesse momento, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, seguiu na mesma linha de raciocínio do chefe do Executivo nacional, de forma aguerrida. Batendo com as mãos na mesa, disse: “É uma canalhice desse sujeito. Não mereceu o cargo. A Presidência da República é uma instituição sagrada”. Na sequência, defendeu “prisão perpétua” para Lula.

Heleno rebateu a dúvida dizendo que quando Lula e Dilma anunciaram estarem doentes, com câncer, ninguém duvidou. Por isso, pontuou o militar, eles não deveriam fazer esse tipo de ilação.

Demissão

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou ainda, no café da manhã, a demissão do atual titular dos Correios, general Juarez Aparecido de Paula Cunha. Segundo o chefe do Executivo federal, o cargo de Cunha chegou a ser oferecido ao general Carlos Alberto dos Santos Cruz, demitido da Secretaria-Geral da Presidência da República, na quinta-feira (14/06/2019).

Bolsonaro evitou falar sobre os motivos da demissão de Santos Cruz. Ele recorreu à metáfora do casamento para falar sobre o ex-ministro. “Foi uma separação amigável. Ele continua no meu coração”, disse o mandatário do país.

O titular do Planalto informou que ofereceu outros cargos dentro do governo ao general, inclusive o de presidente dos Correios, mas Santos Cruz não demonstrou vontade de permanecer.

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O ex-ministro era contra o forte investimento de recursos na principal pauta do governo até o momento: a reforma da Previdência. Isso contrariava o ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem defendido um engajamento mais aguerrido do Planalto à reforma. Além de Guedes, o secretário de comunicação, Fábio Wejngarten, que era subordinado a Santos Cruz, defende o aumento das verbas publicitárias para meios de comunicação e redes sociais com foco na reforma.

Decisão do STF
Jair Bolsonaro (PSL) criticou, na mesma ocasião, o posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) de criminalizar a homofobia, que foi equiparada ao crime de racismo. Para o presidente, a decisão, definida com placar de 8 a 3 na tarde de quinta-feira (13/06/2019), é um equívoco.

“A decisão é equivocada. Ela prejudica o homossexual”, argumentou o titular do Planalto, ao defender a tese de que o entendimento dos ministros cria, na realidade, uma discriminação. “Está se tornando insuportável o Brasil por conta dessas questões”, prosseguiu.

Ele usou de ironia para defender uma posição contrária à tomada pelo Supremo. “Agora, se você ofendeu uma pessoa, deu uma facada, só porque é gay tem que ser agravada”, disparou. Em setembro do ano passado, ainda durante a campanha presidencial, Bolsonaro foi atacado com uma facada.

O mandatário do país ainda citou como exemplo uma conversa que teve com o apresentador Danilo Gentili. No diálogo, Bolsonaro disse: “Danilo, olhando para você, eu sei se você é amarelo ou branco, mas não sei se você é gay”. Na sequência, ele defendeu mais uma vez a necessidade de se ter no STF um ministro evangélico.

“Não é uma mistura de política com religião, mas não custa nada”, disse Bolsonaro. O presidente argumentou que, por conta de questões como essa da homofobia, que envolve costumes, há a necessidade de um ministro cristão.

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