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Em vídeo, Bolsonaro afirma que tem sistema de informações “particular”

Durante reunião com ministros, no dia 22 de abril, presidente reclamou dos órgãos oficiais e disse que não queria ficar desinformado

atualizado

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Reprodução/STF
reprodução videos do presidente bolsonaro e ministros do STF divulgados
1 de 1 reprodução videos do presidente bolsonaro e ministros do STF divulgados - Foto: Reprodução/STF

Em reunião com ministros no dia 22 de abril, divulgada nesta sexta-feira (22/05) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que tem um sistema de informações particular “que funciona”.

“Sistema de informações: o meu funciona. O meu, particular, funciona. Os outros que tem oficialmente, desinforma (sic)”, afirmou Bolsonaro. “Prefiro não ter informação do que ser desinformado por sistema de informações que eu tenho”, completou.

O presidente não deu detalhes de que tipo de sistema particular seria esse nem sobre qual estava reclamando. No entanto, na mesma reunião, ele se queixou da Polícia Federal (PF) e da Agência Brasileira de Informação (Abin) pela falta de explicações.

O chefe do Executivo disse, inclusive, que mudaria o comando da corporação e até o ministro para proteger sua família.

O vídeo foi divulgado nesta sexta-feira por Celso de Mello no âmbito do inquérito que apura denúncia do ex-ministro Sergio Moro sobre possível interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF).

Entenda o caso
Moro deixou o Ministério da Justiça no dia 24 de abril acusando o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal. Segundo ele, Bolsonaro não só queria indicar alguém de “sua confiança” tanto para a diretoria-geral da PF quanto para as superintendências estaduais, como também queria “relatórios de inteligência” da corporação.

Entre os elementos que, segundo o ex-juiz, provavam suas alegações, estava justamente o vídeo dessa reunião ministerial. As imagens foram entregues pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao STF, no âmbito de um inquérito que apura as alegações de Moro, mas permaneciam, até então, em sigilo.

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No último dia 12, o ex-ministro, seus advogados, representantes do governo federal, da PF e da Procuradoria-Geral da República (PGR) assistiram ao vídeo juntos, em sessão reservada. Mello atendeu ao pedido de Moro, que defendia o levantamento integral do sigilo – a AGU, por outro lado, queria que apenas as falas do presidente na reunião fossem tornadas públicas.

Veja os vídeos da reunião ministerial liberados pelo STF:

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