metropoles.com

Moro diz que Bolsonaro queria “relatórios” da PF e sai do governo

Ministro marcou pronunciamento logo depois de saber, na manhã desta sexta-feira (24/04), sobre a exoneração do diretor da Polícia Federal

atualizado

Compartilhar notícia

Rafaela Felicciano/Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
1 de 1 Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro confirmou a sua saída do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Ele justificou a sua exoneração ao dizer que o presidente queria “interferir politicamente” na Polícia Federal ao exonerar, sem o seu conhecimento, o diretor-geral Maurício Valeixo.

“Sobre a exoneração de Valeixo, fiquei sabendo pelo Diário Oficial. Não assinei esse decreto”, disse. “Fui surpreendido, e achei que isso foi ofensivo”, prosseguiu. Moro destacou que, diante desse cenário, não teria mais como ser ministro. “Com essa exoneração, [Bolsonaro] mostra que não me quer no cargo”, assinalou o ex-juiz.

Ao destacar que teria recebido “carta branca” do presidente para nomeações na pasta quando foi convidado para assumir o posto, ele avaliou que a exoneração foi uma “violação” desse acordo e uma “interferência política” na PF. “Não é só troca do diretor-geral, havia também intenção de trocar superintendentes”, ressaltou.

“Presidente queria alguém para ligar, colher informações, colher relatórios de inteligência. Isso não é papel da Polícia Federal”, argumentou. “O grande problema não é tanto essa questão de quem colocar, mas por que colocar, e permitir que seja feita a interferência política no âmbito da Polícia Federal”, salientou.

Moro, no início da sua fala, destacou a aglomeração que um anúncio desse gera entre as pessoas, como jornalistas e membros do governo, em tempos de pandemia de coronavírus.

“Lamento esse evento na data de hoje, estamos passando por uma pandemia, da Covid-19, temos uma informação lamentável de 407 óbitos“, salientou. “Foi inevitável, mas peço a compreensão. Não foi por minha opção”, complementou.

Veja:

 

Carta branca
Moro contou nesta sexta-feira (24/04), ao anunciar a sua demissão, que recebeu carta branca do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para nomear cargos da pasta quando foi convidado para participar do governo.

“O que foi conversado com o presidente foi que nós teríamos um compromisso no combate à corrupção”, destacou, em entrevista coletiva.

Segundo Moro, o acordo envolvia “todos os assessores desses órgãos, como da Polícia Federal”.

O pronunciamento foi feito logo após a exoneração do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, a pedido do presidente Bolsonaro, diferentemente do que informou a secretaria de comunicação.

Histórico
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, fez o pronunciamento nesta sexta-feira (24/04) anunciando a sua saída após a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo.

Valeixo foi indicado pelo próprio ex-juiz da operação Lava Jato para a direção da PF.

Bolsonaro destacou, em rede social, que a exoneração foi feita “a pedido” de Valeixo. Moro negou, de forma peremptória, ter sido informado da decisão presidencial.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?