metropoles.com

Em reunião, Guedes reclama do ego de ministros e cita Rogério Marinho

O ministro defendeu que a retomada seja por desburocratização de bancos, redução de endividamento e de juros

atualizado

Compartilhar notícia

Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles
Rogério Marinho
1 de 1 Rogério Marinho - Foto: Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

Durante a reunião ministerial em que o ex-ministro Sergio Moro apontou interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reclamou do ego de colegas de governo.

Guedes queixou-se do plano apresentado pelo ministro-chefe da Casa Civil, general Braga Netto, para a retomada econômica no pós-pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, que é pautado no aumento dos gastos em investimentos públicos para os próximos anos, sobretudo em obras.

Guedes citou a atuação do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, em tom crítico. “Está cheio de gente pensando nessa eleição agora, e botando coisa na cabeça de todo mundo aqui dentro, que são governadores querendo fazer a festa, são às vezes ministros querendo aparecer”, disse Guedes.

O chefe da economia defende medidas diferentes daquelas apresentadas por Braga Netto. “Voltar uma agenda de trinta anos atrás, que é investimentos públicos financiados pelo governo, isso foi o que a Dilma (ex-presidente Dilma Rousseff) fez trinta anos. O governo quebrou! Em todos os níveis. Prefeitura, governador e governo federal”, criticou. E concluiu: “Se a gente quiser acabar igual a Dilma, a gente segue esse caminho”, afirmou.

O ministro defendeu que a retomada seja conduzida por desburocratização de bancos, redução de endividamento e diminuição de juros. “Todo mundo vem aqui: ‘vamos crescer, agora temos que crescer, tem que ter a resposta imediata, porque o governo vai gastar’. O governo quebrou”, destacou.

O vídeo da reunião ministerial foi liberado nesta sexta-feira (22/05) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello.

Entenda o caso

Moro deixou o Ministério da Justiça no dia 24 de abril acusando o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal. Segundo ele, Bolsonaro não só queria indicar alguém de “sua confiança” tanto para a diretoria-geral da PF quanto para superintendências estaduais, como também queria “relatórios de inteligência” da corporação.

0

Entre os elementos que, segundo o ex-juiz, provavam suas alegações, estava justamente o vídeo desta reunião presidencial. As imagens foram entregues pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao STF, no âmbito de um inquérito que apura as alegações de Moro, mas permaneciam, até então, em sigilo.

No último dia 12 de maio, o ex-ministro, seus advogados, representantes do governo federal, da PF e da Procuradoria-Geral da República (PGR), assistiram ao vídeo juntos, em sessão reservada. Mello atendeu a pedido de Moro, que defendia o levantamento integral do sigilo — a AGU, por outro lado, que apenas as falas do presidente na reunião fossem tornadas públicas.

Veja os vídeos da reunião ministerial liberados pelo STF:

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?