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Bolsonaro mandou diretor-geral da PRF alterar nota sobre morte por Covid-19

Presidente se disse insatisfeito, pois o documento apenas dizia que um agente morreu por coronavírus, mas não citou outras “comorbidades”

atualizado

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confessou ter ligado para o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) com o objetivo de alterar nota sobre a morte de uma agente por Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Bolsonaro se referiu, durante a reunião com ministros, ao então diretor-geral da PRF, Adriano Marcos Furtado. Nesta sexta-feira (22/05), contudo, o presidente o exonerou e nomeou Eduardo Aggio de Sá para o cargo.

“Ontem, eu liguei pro diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal. Chegou ao meu conhecimento, uma nota, que era dele, sobre o passamento de um patrulheiro. E ele enfatizou que era Covid-19. Eu liguei pra ele”, disse. A reunião ocorreu em 22 de abril.

Bolsonaro, em seguida, simulou a conversa com Furtado: “Por favor, o que mais? Ele era obeso, era isso, era”, relembrou o presidente, após pedir ajuda do general Walter Braga Netto, ministro-chefe da Casa Civil, para completar a frase: “[Quais as] Comorbidades”.

“Mas ali na nota dele só saiu Covid-19 (sic). Então vamos alertar a quem de direito, ao respectivo ministério, pode botar Covid- 19, mas bota também tinha fibrose … um montão de coisa, eu não entendo desse negócio não”, completou.

Na ocasião, o chefe do Executivo comentava a respeito de um plano do então ministro da Saúde, Nelson Teich, para o combate ao novo coronavírus. Bolsonaro teme que a pasta leve “mais medo para a população”.

“Tinha um montão de coisa lá, pra exatamente não levar o medo à população. Porque a gente olha, morreu um sargento do exército, por exemplo. A princípio é um cara que tá bem de saúde, né? Um policial federal, né? Seja lá o que for, e isso daí não pode acontecer”, completou.

Entenda o caso
Moro deixou o Ministério da Justiça no dia 24 de abril acusando o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal. Segundo ele, Bolsonaro não só queria indicar alguém de “sua confiança” tanto para a diretoria-geral da PF quanto para as superintendências estaduais, como também desejava”relatórios de inteligência” da corporação.

Entre os elementos que, segundo o ex-juiz, provavam suas alegações, estava justamente o vídeo desta reunião ministerial. As imagens foram entregues pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao STF, no âmbito de um inquérito que apura as alegações de Moro, mas permaneciam, até então, em sigilo.

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No último dia 12, o ex-ministro, seus advogados, representantes do governo federal, da PF e da Procuradoria-Geral da República (PGR) assistiram ao vídeo juntos, em sessão reservada. Mello atendeu ao pedido de Moro, que defendia o levantamento integral do sigilo – a AGU, por outro lado, queria que apenas as falas do presidente na reunião fossem tornadas públicas.

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