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Justiça nega “absolvição sumária” a foragido por bomba no aeroporto

Defesa prévia de Wellington Macedo argumentou que blogueiro desconhecia presença do artefato no carro que usou para dar carona a outro réu

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Fotografia colorida de homem que segura bandeira do Brasil. Ele é militante bolsonarista Wellington Macedo suspeito de bomba - Metrópoles
1 de 1 Fotografia colorida de homem que segura bandeira do Brasil. Ele é militante bolsonarista Wellington Macedo suspeito de bomba - Metrópoles - Foto: Reprodução/Facebook

Foragido desde o final de dezembro, o blogueiro bolsonarista Wellington Macedo de Souza, denunciado como um dos responsáveis pela tentativa de explodir uma bomba no aeroporto de Brasília, tentou, mesma nessa condição, ser absolvido de forma sumária pela Justiça.

O advogado de Macedo apresentou no final de abril uma defesa prévia de seu cliente, uma resposta à acusação do Ministério Público de que ele participou do ato, ao transportar, dar carona, a outro envolvido, Alan Diego dos Santos, já condenado, até a região do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, na noite de 24 de dezembro.

Todos são acusados de tentar explodir um caminhão-tanque com combustível, que abasteceria reservatórios do aeroporto.

A defesa de Macedo pede a “absolvição sumária” do réu, por falta de qualquer embasamento e argumenta que o blogueiro não sabia o que continha na caixa levada por Alan – um artefato de explosivo. Eles se encontraram e se conheceram na concentração bolsonarista em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, quando dediciram se unir e praticar os delitos, acusa o MP.

Os três, entre outros,  pregavam a decretação do estado de sítio no país e que os militares tomassem o poder após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.

“Fantasiosamente, narra (a denúncia) que a comunhão de esforço e a união de desígnios, George entrego o artefato explosivo a Alan, que, por sua vez, repassou a Macedo para o comprimento da ação delitiva, que se deslocou em direção ao aeroporto e colocaram a bomba no traseiro de caminhão-tanque, que aguardava o momento de se aproximar da base aérea para ser desabastecido” – diz o advogado Aécio Fernandes, na defesa prévia de seu cliente.

Fernandes argumenta no pedido que não foram provados nenhum dos fatos alegados pela acusação. Diz ainda no pedido da inépcia da acusação que os condenados não mencionaram o nome de Welligton.

Macedo está foragido com dois pedidos de prisão em aberto, nos inquéritos da Justiça do Distrito Federal e também na ação no Supremo Tribunal Federal (STF), dos atos antidemocráticos. Ele ficou 42 dias preso. 

O blogueiro dirigia o carro Hyundai/Creta para ir até o aerporto. Fotos feitos do artefato foram feitas a partir do celular do blogueiro. Na época do fato,  ele ainda usada tornozeleira eletrônica e a investigação seguiu seus passos pelas localizações mostradas nesse dispositivo. Desde outubro de 2021 ele usava a tornozeleira.

Diz a defesa:

“Como poderia alguém preso injustamente sair deliberadamente para cometer um crime, mesmo estando monitorado com sua tornozeleira eletrônica, com seus celulares no bolso e no veículo registrado no nome da própria esposa?” – argumenta Aécio Fernandes.

O Hyundai estava no nome da esposa de Macedo. Sua defesa, em suma, afirma que o blogueiro “não elaborou o plano, nunca se reuniu com os outros acusados, não implantou a bomba e não sabia do artefato explosivo no momento da ação”.

“Quem seria burro o suficiente para sair para praticar um crime tão grave diante dessas circunstâncias (com tornozeleira, celular e carro da esposa)”?

E que, por ter rodado juntamente com Alan por horas “não significa cumplicidade alguma” e que seu cliente se encontrava “preso dentro de um carro com uma pessoa capaz de levar a cabo um plano tão audacioso e com uma  mochila no banco de trás do carro”. Na defesa prévia, o advogado afirma também que Macedo tentou convencer Alan a descer do carro o tempo inteiro.

Por estar foragido, seu processo foi desmembrado dos outros dois envolvidos. Entre outros delitos, é acusado do crime de explosão. 

O advogado ainda diz que o réu se sentia como um “refém” durante o tempo que circulou com o carro ao lado de Alan e que toda instrução processual “trouxe elementos suficientes para isentar o acusado Macedo de qualquer responsabilidade por participação no episódio”.

“Não tendo colocado a bomba e não tendo vontade de participar do cometimento de qualquer crime, a absolvição sumária é medida que se impõe”, diz a defensor.

E diz o advogado que, se o juiz não acolher seus argumentos da absolvição, seja assegurada a defesa de “forma mais profunda durante o curso da instrução processual” protestando

Ministério Público lista acusações contra o foragido

O Ministério Público se manifestou, em 16 de maio, contrariamente ao pedido da defesa de inépcia da acusação e lista cinco fatos “incontroversos” contra Macedo, que são: participava do grupo em frente ao QG do Exército, manteve contatos com George Washington (quem confeccionou a bomba) e Alan Rodrigues, prestou auxílio ao Alan na colocação da bomba na traseira do caminhão dirigindo o carro, que diminuiu a velocidade do carro próximo ao caminhão para a bomba ser instalada, deixou o local com Alan e que, juntos, os três, com outros, tinham intenção em “causar comoção social para que houvesse intervenção militar e decretação de estado de sítio”.

Para o MP, a participação de Macedo é “clara e específica”.

O juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília acompanhou manifestação do Ministério Público, afirmou não ser caso de absolvição sumária e ainda intimou Macedo, por edital, a depor em 11 de julho.

Fernandes disse ao blog que dificilmente seu cliente irá comparecer para depor na Vara e que deve prestar depoimento por videoconferência. Há o receio de que seja preso caso se apresente, já que há dois pedidos de sua prisão em aberto.

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