metropoles.com

Ataque em escola: pai de autor é indiciado por posse irregular de arma

Arma usada no ataque na Escola Estadual Sapopemba, na capital paulista, revólver calibre 38 tinha registro, mas não foi recadastrado

atualizado

Compartilhar notícia

William Cardoso/Metrópoles
Imagem colorida mostra mãos de um homem segurando uma caixa preta, de uma arma - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra mãos de um homem segurando uma caixa preta, de uma arma - Metrópoles - Foto: William Cardoso/Metrópoles

São Paulo — A Polícia Civil paulista indiciou por posse irregular de arma e omissão de cautela o pai do adolescente de 16 responsável pelo ataque na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste da capital paulista, que terminou com uma estudante morta e três feridos.

O ataque foi praticado com um revólver calibre 38. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o pai do menor infrator – um motoboy de 51 anos – vai responder com base no Estatuto do Desarmamento. Apesar de a arma ser registrada desde 1994, ele não teria feito o recadastramento.

0

Segundo a investigação, o adolescente pegou a arma e a munição usadas no crime na casa do pai, no ABC Paulista, durante o fim de semana. Elas estavam guardadas em locais distintos da casa e o jovem precisou “vasculhar” os cômodos para encontrá-la.

O ataque aconteceu na segunda-feira (23/10). O pai do responsável pelo atentado foi ouvido pela Polícia Civil no dia seguinte.

Pai

Em entrevista ao Metrópoles, concedida no dia em que prestou depoimento, ele contou que comprou a arma quando trabalhava com corte e religação de água. “Tinha um trabalho de risco. Muitos funcionários andavam armados, mas é uma besteira. Na época, era moleque novo”, disse.

“Arma é uma coisa negativa. Quem tem arma em casa, entregue. Tive por 29 anos e nunca usei. Olha a tragédia que causou na minha vida”, disse o pai do adolescente.

O motoboy contou que nunca imaginou que o filho pudesse cometer um atentado. “Estou muito abalado com o que aconteceu. Não via potencial no meu filho para cometer uma tragédia dessa”, afirmou.

Segundo ele, a impressão é de que o filho mal reagia às agressões que costumava sofrer e, por isso, poderia ser a vítima de algo pior. “Achava que fosse acontecer algo com ele, de morrer e não reagir”, disse.

O pai apontou também o bullying sofrido pelo filho como algo destrutivo e um ponto que pode ter levado o adolescente a cometer o crime. “A pessoa fica em um beco sem saída. Ou ela se mata ou faz isso com alguém para se libertar. Não sei se estou falando a coisa correta.”

Como foi o ataque

No segundo ataque a uma escola estadual registrado este ano em São Paulo, a estudante Giovanna Bezerra da Silva, de 17 anos, foi morta com um tiro na cabeça na manhã de segunda-feira (23/10).

O atirador, um estudante de 16 anos do 1º ano do Ensino Médio, foi contido pela coordenadora pedagógica da escola e apreendido pela polícia minutos após o crime. Segundo alunos e o advogado dele, o adolescente sofria bullying por ser homossexual.

Câmeras de segurança da escola estadual registraram a chegada do adolescente armado com um revólver calibre 38, por volta das 7h30. Ele invade uma sala de aula e ameaça os estudantes, que gritam e saem correndo.

Com um tiro à queima-roupa, ele atinge a nuca de Giovanna no momento em que ela se preparava para descer uma escadaria. Outras duas alunas de 15 anos são baleadas — uma com um tiro na clavícula e outra na região do abdômen. Um quarto estudante fica ferido na mão após quebrar uma janela para fugir do ataque. Todos os feridos já receberam alta hospitalar.

Em nota, o governo de São Paulo lamentou o episódio e se solidarizou com as famílias das vítimas. “Neste momento, a prioridade é o atendimento às vítimas e apoio psicológico aos alunos, profissionais da educação e familiares”, informou.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?