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Irmão desabafa sobre morte de aluna em ataque a escola: “Eu desabei”

Enterro de aluna morta com tiro na nuca dentro de escola na zona leste de SP aconteceu nessa terça-feira (24/10), em Santo André

atualizado

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Imagem colorida mostra rosto de Giovanna, adolescente branca, de cabelos pretos, com uma faixa na cabeça, sorrindo; ela foi morta com tiro na nuca dentro de uma escola em Sapopemba e seu corpo foi enterrado em Santo André - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra rosto de Giovanna, adolescente branca, de cabelos pretos, com uma faixa na cabeça, sorrindo; ela foi morta com tiro na nuca dentro de uma escola em Sapopemba e seu corpo foi enterrado em Santo André - Metrópoles - Foto: Reprodução/Instagram

São Paulo — Poucas horas após enterrar a irmã, morta durante o ataque a tiros na Escola Estadual Sapopemba, nessa segunda-feira (23/10), Gustavo Sheldon Bezerra da Silva, de 27 anos, falou com o Metrópoles. Consternado, ele queria contar detalhes sobre Giovanna, caçula da família e sua “cúmplice”.

“Ela era minha cúmplice e eu perdi isso. Ela mantinha a minha lucidez, era a pessoa para quem eu contava meus segredos. E agora ela se foi”, disse o irmão ainda emocionado.

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Giovanna Bezerra da Silva, de 17 anos, morreu dentro da escola com um tiro na nuca. O dispara foi feito  à queima-roupa por um estudante de 16 anos que abriu fogo por volta das 7h30. Outras duas alunas de 15 anos foram atingidas na clavícula e no abdômen, respectivamente, e se recuperam sem riscos. Ela não tinha contato com o autor do ataque, que foi apreendido.

A adolescente é a segunda vítima fatal de ataques a escolas estaduais neste ano. Em março, a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, foi morta na escola Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, em um atentado a faca cometido por um aluno.

Nessa terça-feira (24/10), dezenas de estudantes e familiares estiveram no velório e no enterro da adolescente, marcado por muita comoção. Gustavo diz que os amigos da irmã “só faziam elogios” a ela. “Eles falavam que a única coisa que a Giovanna queria saber era estudar e procurar a palavra de Deus”, disse.

A estudante sonhava em se tornar advogada. O irmão, no entanto, diz que imaginava outro futuro para ela. “A vontade dela era ser advogada, mas eu enxergava nela uma professora de educação física”.

Giovanna era apaixonada por vôlei e todos os domingos ia para a quadra do bairro, em frente à casa dos pais, para jogar com os vizinhos.

Agora, ele pensa em criar algum projeto envolvendo o esporte para homenagear a irmã, enquanto tenta se recuperar do baque de perdê-la.

“Eu não desejo isso nem para a família do menino [responsável pelo ataque]”, afirma ele, sobre a dor que sente pela sua perda e a dos pais.

Em meio ao luto, ele conta que foi surpreendido com uma notícia sobre a irmã. Pouco antes de morrer, Giovanna tinha dito para a mãe que queria usar parte de seu primeiro salário para presentear o irmão — ela tinha conseguido um emprego como auxiliar de escritório havia um mês.

“Ela separou R$ 100 para comprar uma blusa de frio pra mim”, diz Gustavo. “Eu desabei. Ela não conseguiu fazer [o que queria]”, afirma ele, aos prantos.

O irmão diz que pretende processar a escola pela tragédia que tirou a vida da estudante. A ideia, segundo ele, é obrigar o Estado a tornar o local mais seguro. Gustavo defende que sejam implantados detectores de metal para evitar a entrada de armas na escola.

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