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Tropas russas entram na região de Kiev; capital está em fase de defesa

Militares cercaram a capital ucraniana. Chanceler russo descarta qualquer recuo e defende: “Vamos desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia”

atualizado

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Anastasia Vlasova/Getty Images
Militares ucranianos fazem patrulha em ruas do país. Atrás deles, vê-se dois tanques - Metrópoles
1 de 1 Militares ucranianos fazem patrulha em ruas do país. Atrás deles, vê-se dois tanques - Metrópoles - Foto: Anastasia Vlasova/Getty Images

A Ucrânia vive o segundo dia de bombardeios. Kiev, capital do país e coração do poder, está sitiada por militares. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, defendeu a ação militar e garantiu que os russos não pretendem recuar.

Nesta sexta-feira (25/2), agencias internacionais de notícias relataram que soldados russos já estão na cidade. As tropas fecharam um dos acessos à capital ucraniana. Disparos de mísseis foram ouvidos na cidade.

O prefeito da cidade de Kiev, Vitaly Klitschko, afirmou que o município entrou em uma fase defensiva.

O Ministério da Defesa da Ucrânia afirmou que as forças russas cercaram Kiev pelo distrito de Obolon, distante poucos quilômetros do centro de Kiev. A informação foi divulgada pelo jornal americano The New York Times.

Autoridades municipais disseram que a cidade está em “fase de defesa” e recomendaram que os moradores “preparem coquetéis molotov” para deter os invasores.

O governo indica que ao menos 33 civis foram atingidos. Duas crianças morreram, até o momento. O Ministério da Defesa ucraniano diz ter abatido um avião russo e matado mais de 800 soldados.

O governo ucraniano alertou a comunidade internacional sobre o aumento da radiação nuclear radioativa na região de Chernobyl. O local está sob controle russo.”

“Desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia”

Em entrevista transmitida ao vivo de Moscou, Lavrov disse que seu país quer “libertar a Ucrânia da opressão”. A inteligência americana alertou que as tropas devem chegar ao centro de Kiev.

O ministro argumentou a favor da operação comandada pelo presidente russo, Vladimir Putin. “Ele tomou a decisão de realizar uma operação militar especial para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia e, assim, livres da opressão, os próprios ucranianos poderão decidir seu futuro”, resumiu.

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O pronunciamento foi conturbado, com direito a respostas atravessadas a jornalistas do Ocidente. Lavrov preferiu atender à imprensa de países aliados da Rússia, como a China.

O chanceler voltou a dizer que a Rússia está disposta a “buscar outras formas de negociação”, mas que a Ucrânia não aceita. Além disso, acusou o Ocidente de “matar pessoas” que seguem os costumes russos.

Lavrov reclamou das sanções econômicas impostas pelo Ocidente, admitiu que elas causam problemas à Rússia, mas garantiu que o país tem condições de resolvê-los.

O chefe da diplomacia russa ainda reclamou das negociações com a Ucrânia. Segundo ele, o presidente Volodymyr Zelensky “mente” ao propor soluções. “Ele simplesmente não está dizendo a verdade. Em termos simples, está mentindo quando declara que está pronto para discutir o estatuto neutro da Ucrânia”, finalizou.

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança.

Apoio do Ocidente

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, afirmou, em um discurso televisionado na noite desta quinta-feira (24/2), que o país foi abandonado após a invasão russa. “Nos deixaram sozinhos para defender nosso Estado”, pediu.

Segundo ele, países do Ocidente se negam a ajudar a Ucrânia por medo: “Quem está disposto a lutar conosco? Não vejo ninguém. Quem está disposto a dar à Ucrânia uma garantia de adesão à Otan? Todos estão com medo”, afirmou.

Veja um resumo do que aconteceu desde o início dos bombardeios:

  • A invasão russa ocorreu na madrugada desta quinta-feira (24/2), horário de Brasília, após ordem de Putin.
  • O mais recente balanço indica que a Ucrânia tem 137 mortos e 300 feridos após bombardeios.
  • O governo ucraniano afirmou ter sofrido ao menos 203 ataques russos desde o início da invasão.
  • Putin alertou para que nenhum outro país interfira na ofensiva, e prometeu “resposta imediata”.
  • Contra a invasão russa, manifestantes foram presos e agredidos em Moscou.
  • O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, determinou toque de recolher. A medida vigora das 22h às 7h.
  • Em uma segunda onda de ataques, russos cercaram Kiev, capital ucraniana e coração do poder do país, além de tomar Chernobyl.
  • A Rússia disparou 160 mísseis de curto alcance contra Kiev, afirmaram os EUA.
  • O Ministério da Defesa russo disse ter destruído 74 instalações militares ucranianas, incluindo 11 bases aéreas.
  • Zelensky decretou o rompimento das relações diplomáticas com a Rússia e distribuiu 10 mil fuzis a civis.
  • O vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, condenou a invasão. Horas depois, o presidente Jair Bolsorano (PL) o desmentiu e desautorizou.
  • A União Europeia e seus aliados condenaram a Rússia.
  • Primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou sanções para travar “máquina de guerra de Putin”.
  • Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, afirmou que o bloco prepara um novo pacote de sanções econômicas contra a Rússia.
  • Biden anunciou sanções econômicas mais severas, autoriza ida de mais militares e uma ajuda financeira de US$ 52 milhões para a Ucrânia. Além disso, advertiu: “A agressão de Putin vai custar muito à Rússia”.
  • O presidente da Ucrânia decretou convocação geral de todas as pessoas em idade de serviço militar para atuarem contra a invasão.
  • Após bombardeios, Macron telefonou para Putin e exigiu cessar-fogo. Só ouviu a repetição dos argumentos russos para o ataque.
  • Otan e União Europeia anunciaram reunião entre países-membros para discutir a situação.

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