Após bombardeios, Macron telefona para Putin e exige cessar-fogo

O governo da Rússia afirmou que Putin apenas detalhou as razões que levaram a Rússia iniciar a operação contra a Ucrânia

atualizado 24/02/2022 20:23

World Economic Forum

A comunidade internacional acompanha com preocupação os bombardeios da Rússia contra a Ucrânia. Após a invasão russa, o presidente francês, Emmanuel Macron (foto em destaque), telefonou para o mandatário russo, Vladimir Putin, para exigir um cessar-fogo. Horas antes, o norte-americano Joe Biden afirmou que “não tinha planos” de conversar com Putin.

“Os dois concordaram em manter contato”, resumiu o governo russo sobre a reação de Putin, em um comunicado divulgado na noite desta quinta-feira (24/2).

O governo da Rússia informou que o presidente detalhou as razões que levaram a Rússia iniciar a operação contra a Ucrânia. Segundo o informe, teria sido uma “exaustiva explicação”.

Segundo o governo francês, a ligação de Macron foi feita após uma conversa com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e antes de uma reunião com outros líderes da União Europeia. Macron disse para Putin que ele estava sujeito a “enormes sanções”.

A posição de Biden

Antes, na primeira entrevista após os bombardeios, Biden, ao responder um repórter norte-americana, foi categórico ao dizer que a diplomacia sempre seria o caminho, mas que “não tinha planos” de falar com Putin.

A negativa ocorreu durante o anúncio de sanções econômicas mais duras contra o governo russo, como bloqueio de bancos e restrições a políticos. “A agressão de Putin vai custar muito à Rússia”, alertou.

Quarta-feira de horror

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).

Rússia teria disparado ao menos 160 mísseis de curto alcance contra Kiev, afirmam os EUA. Os ataques se intensificaram nas últimas horas e as tropas já cercaram Kiev, capital ucraniana e coração do poder ucraniano.

Segundo dados preliminares fornecidos pelo Ministério da Defesa do país, o governo ucraniano afirma ter sofrido ao menos 203 ataques russos desde o início da invasão.

O mais recente balanço indica que a Ucrânia tem 137 mortos e 300 feridos após bombardeios da Rússia. O Ministério do Interior da Ucrânia anuncia que 10 mil fuzis automáticos foram distribuídos a civis em Kiev.

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, determinou toque de recolher. A medida vigora das 22h às 7h, e os residentes da cidade precisam portar documentos de identidade para locomoção durante o período de recolhimento.

Sanções

Em pronunciamento, transmitido ao vivo de Bruxelas, Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, afirmou que o bombardeio é “tolo” e que essa é uma violação internacional inadmissível por parte do presidente russo, Vladimir Putin.

“É um ataque contra seres humanos. A União Europeia e seus aliados condenam a Rússia. Continuaremos a enviar ajuda humanitária, financeira e militar para a Ucrânia”, frisou.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, afirmou que o bloco prepara um novo pacote de sanções econômicas contra a Rússia. A ideia inicial é dificultar o acesso do país a capitais financeiros estrangeiros e restringir a indústria de tecnologia.

“Putin ordenou ações atrozes contra um país soberano, um povo inocente. O que está em jogo é a ordem. Putin traz a guerra de volta à Europa. O povo russo não quer essa guerra.”

Os ataques

invasão russa ocorreu na madrugada desta quinta-feira (24/2), horário de Brasília. Logo em seguida, as sirenes da capital Kiev começaram a tocar. O som foi o primeiro alerta à população sobre um possível ataque aéreo. O aeroporto da cidade foi esvaziado e teve os voos suspensos.

Putin alertou para que nenhum outro país interfira na ofensiva russa na região separatista da Ucrânia. “Quem tentar interferir ou criar ameaças para o nosso país e nosso povo deve saber que a resposta da Rússia será imediata e levará a consequências como nunca antes experimentadas na história.”

 

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