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PF prende líder de quadrilha de travestis que extorquia homens casados

Os investigadores suspeitam que o jovem tenha lucrado cerca de R$ 100 mil exigindo dinheiro para não divulgar fotos de homens com travestis

atualizado

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1 de 1 Samuel-gangue-de-travestis - Foto: Reprodução

A Polícia Federal prendeu, nesta segunda-feira (01/07/2019), o jovem apontado como líder de uma organização criminosa acusada de extorquir e espancar vítimas em hotéis de luxo do Brasil e da Europa. Samuel Junio Napole de Souza (foto em destaque), 21 anos, voltava do Chile e, quando passava pela imigração do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, foi detido por agentes federais. Segundo as investigações iniciadas pela Polícia Civil do Distrito Federal, o suspeito teria faturado, ao menos, R$ 100 mil, exigindo dinheiro sob ameaça de divulgar fotos e vídeos de homens com alto poder aquisitivo mantendo relações sexuais com travestis.

Outro suspeito, Paulo Rogério Vasconcelos, 20, está na Europa. Embora não seja travesti, ele teria passado a se vestir de mulher a fim de não ser reconhecido. A polícia ainda procura por Carlos Henrique Leão Costa, 19, que foi visto pela última vez em São Paulo.

Entre os dias 23 e 24 de junho, quatro travestis foram presas, todas estavam em Goiás. As investigadas são: Yago Pereira da Silva, 24, conhecida como Anitta; Eduardo Sousa Luz Santos, 24, que adotou o nome Stefanny; Marcelo Dias Moreira, 20, a Marcela; e Hiago Alves dos Santos, 20, que se apresenta como Tifanny Lorrani. Outro detido foi Paulo Henrique Alves Ferreira, 21.

Os agentes apreenderam celulares que custam até R$ 6 mil com as suspeitas. O material passa por perícia.

Francês extorquido

Um dos países preferidos dos criminosos para aplicar golpes era a França. Um vídeo obtido com exclusividade pelo Metrópoles mostra a travesti Anitta Moraes batendo em um cliente dentro de um hotel de Paris. Na gravação, ela aparece contando notas de euro e, em português, pedindo mais dinheiro. Diante da reclamação, Anitta se irrita e desfere um tapa no rosto da vítima.

Veja:

Em outro momento das imagens registradas no quarto do hotel, o homem aparece gritando no ambiente completamente revirado. A cena é filmada por Paulo Rogério Vasconcelos, 20.

Os investigadores concluíram que as travestis reproduziam as extorsões não só na Europa. No Brasil, há relatos da atuação delas em Brasília (DF), Goiânia (GO), Fortaleza (CE), São Paulo (SP) e São Luiz (MA). As suspeitas são naturais de Goiânia, mas não mantinham residência fixa e viajavam com frequência.

De acordo com as investigações conduzidas pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), o grupo começou a agir na capital federal no início deste ano. Os criminosos marcavam encontros em estabelecimentos de luxo do Setor Hoteleiro Sul, filmavam as relações sexuais e, em seguida, espancavam e extorquiam as vítimas. Uma delas chegou a pagar R$ 22 mil para não ter as imagens divulgadas pelas criminosas. Três pessoas denunciaram os crimes no DF, entre elas, médicos.

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Ostentação

Ainda de acordo com os investigadores, não é possível estimar o valor total arrecadado pelos bandidos, mas estima-se que apenas Samuel teria acumulado mais de R$ 100 mil. As investidas delituosas rendiam, em média, de R$ 10 mil a R$ 15 mil por vítima. Com o dinheiro arrecadado mediante chantagem, o grupo ostentava, comprando celulares de última geração. Além disso, consumiam drogas caras, faziam viagens internacionais e promoviam festas.

“Há casos de pessoas que fizeram sucessivos pagamentos para não ter o material revelado. O bando escolhia quem tinha alto poder aquisitivo, normalmente homens casados que poderiam ceder às pressões”, detalhou o delegado.

Máquinas de cartão e celulares foram apreendidos durante a operação. Mesmo as vítimas que cooperavam fazendo transferências, empréstimos e cedendo os cartões de crédito acabavam sendo violentamente agredidas.

Os encontros eram agendados a partir de aplicativos de relacionamentos e sites de prostituição. Geralmente, elas agiam em bando de até quatro pessoas. Enquanto uma atendia o cliente, as demais prestavam auxílio, fazendo fotos e vídeos das cenas de sexo.

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