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Às vésperas do 2º turno, Rollemberg sofre baixas. Ibaneis ganha apoios

Avaliação é de que falta de diálogo com lideranças partidárias tenha sido refletida na campanha de reeleição do atual governador do DF

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
palácio do Buriti
1 de 1 palácio do Buriti - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A quatro dias do fim da campanha ao Palácio do Buriti, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), chega com uma chapa mais enfraquecida do que a do início da disputa no primeiro turno. Com apoio extremamente tímido do PDT e a debandada do diretório da Rede de Sustentabilidade — dois importantes aliados da coligação socialista — o grupo do gestor segue no sentido inverso ao do adversário, Ibaneis Rocha (MDB), que tem conquistado cada vez mais apoiadores.

Depois de passar o primeiro turno ao lado do governador, a Rede decidiu se posicionar na última terça-feira (23/10) favoravelmente à candidatura do emedebista. Apesar de ser considerado pelo porta-voz nacional do partido, Pedro Ivo, como “manifestações individuais”, o anúncio da direção local mostrou o desânimo de antigos companheiros com o projeto de reeleição, criando uma aura de abandono na campanha de Rollemberg.

Ainda que o PDT esteja formalmente na chapa Brasília de Mãos Limpas, a maioria dos pedetistas também não tem pedido votos ao socialista. Dessa forma, sobraram apenas o PV, do vice Eduardo Brandão, e o PCdoB no grupo do governador.

Por outro lado, a cada dia novos partidos declaram apoio a Ibaneis. Nessa quarta-feira (24), o PMN e a família Roriz seguiram o exemplo de outras legendas ao anunciar que também caminharão ao lado do ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF). Agora, o emedebista conta com o apoio de 20 partidos. Além do próprio MDB, da Rede e do PMN, estão com ele: PP, Avante, PSL, PPL, PSD, PSDB, Podemos, Patriota, DC, PMBPHSPRB, PPS, PRP, PR, PTB, PSC e Solidariedade.

Aliados e ex-aliados de Rollemberg atribuem o efeito à conhecida falta de diálogo do gestor. A interlocução deficitária com a Câmara Legislativa e com lideranças políticas resultou numa grande debandada de parlamentares, que deixaram a base governista e assumiram importantes papéis na oposição. Além da grande dificuldade de aprovar projetos na CLDF, Rollemberg viu os problemas de relacionamento se estenderem até as urnas.

Inabilidade
Na avaliação do professor de ciência política e mestre em comunicação política e governança pela George Washington University (EUA) Aurélio Maduro, a falta de articulação começou a ser notada quando nomes como os dos senadores Cristovam Buarque (PPS) e José Antonio Reguffe (sem partido) se afastaram da atual gestão.

“É notório que houve falha no relacionamento político e isso pode ser reforçado agora. Contudo, há de se lembrar que há sempre aqueles que têm interesse específico em orbitar na gravidade do poder. Com as pesquisas indicando possível vitória do adversário, é natural que haja um movimento em busca da vitória”, explica Maduro.

Apesar da quantidade de partidos que anunciaram a preferência por Ibaneis, há a desconfiança sobre as reais intenções das legendas. “Quando não há convergências programáticas, a sensação que se tem é de oportunismo em ocupar espaços numa eventual gestão do emedebista. Nesse caso, quando não se deixa claro as intenções do apoio, obviamente a tendência é de soar como decisão situacionista”, destaca o professor.

 

 

 

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