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Bolsonaro diz não ter obrigação de provar fraude em urna eletrônica

Apesar disso, presidente disse que provará falha de urna eletrônica com apresentação pública de hackers

atualizado

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Igor Estrela/Metrópoles
Jair Bolsonaro
1 de 1 Jair Bolsonaro - Foto: Igor Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta sexta-feira (2/7), que não tem obrigação de apresentar provas de fraudes em urna eletrônica. Apesar disso, ele pontuou que fará uma apresentação pública com hackers.

“Eu devo apresentar nos próximos dias… Eu não tenho obrigação de apresentar provas pra ninguém. ‘Ah, tem que apresentar provas.’ Apresento se eu quiser”, argumentou.

Depois, explicou que está fazendo contato com pessoas que entendem do assunto. “São hackers, para fazer uma demonstração pública. Lógico que a televisão não vai mostrar, mas vou botar. A TV não vai mostrar, porque tem interesse em qualquer candidato, menos eu”, disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

Bolsonaro é defensor do voto impresso e prega que o atual sistema eleitoral, com urnas eletrônicas, permite fraude. O presidente costuma dizer que teria vencido no primeiro turno a eleição presidencial de 2018.

Durante transmissão ao vivo nas redes sociais na quinta-feira (1º/7), ele disse que, caso perca as eleições do próximo ano, só entregará a faixa presidencial se o candidato eleito ter ganhado de “forma limpa”, em mais uma referência ao voto impresso.

“Eu entrego a faixa presidencial para qualquer um que ganhar de mim na urna de forma limpa. Na fraude, não”, declarou o presidente.

Aliança

Nesta sexta, Bolsonaro insinuou que a aliança de 11 partidos contra o voto impresso é patrocinada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Você pode ver: o que o candidato aí está fazendo? Ele já [está] reunindo alguns líderes partidários, loteando o futuro governo dele. Daí, os caras começam a trabalhar contra o voto auditável. Esse cara só chega na fraude”, acusou.

O presidente também comentou pesquisa eleitoral que apontou Lula com 49% e ele com 25%. “Ele não anda na rua, eu ando. Mas essas eleições também… O que acontece com as coisas? As coisas têm que ser, ao longo do tempo, aperfeiçoadas. A questão do voto eletrônico começou até era uma situação boa, achei bacana na época, mas depois foi se aperfeiçoando para o mal.”

No fim de semana, líderes de 11 partidos reuniram-se virtualmente para sinalizar aliança contra o voto impresso. Participaram do encontro os presidentes do MDB, PP, Republicanos, PSL, Cidadania, PL, Solidariedade, Avante, PSD, DEM e PSDB. O PT não participou da videoconferência.

Em discussão

O tema está em discussão no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF). A Câmara analisa proposta de emenda à Constituição (PEC) para tornar o voto impresso obrigatório.

O parecer foi lido na última segunda-feira (28/6) em comissão especial criada para analisar a matéria. O parecer, favorável, é do deputado Filipe Barros (PSL-PR). A proposta é encampada pela base ideológica do mandatário do país, mas possui poucas chances de prosperar.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, tem atuado contra a aprovação da PEC e recebido parlamentares para tratar do assunto. Os ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin, que também integram o TSE, se uniram a Barroso na defesa da urna eletrônica.

A conversa de Bolsonaro com apoiadores foi registrada por um canal no YouTube simpático ao presidente.

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