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Análise: por enquanto, novo partido é tiro no escuro de Bolsonaro

Reeleição do presidente vai depender, em grande parte, do sucesso na criação de um partido de direita e com forte influência dos evangélicos

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Lançamento Aliança Pelo Brasil (APB) com presidente Jair Bolsonaro
1 de 1 Lançamento Aliança Pelo Brasil (APB) com presidente Jair Bolsonaro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Os seguidores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) têm pela frente o desafio de obter cerca de 500 mil assinaturas para criar uma nova legenda, a Aliança pelo Brasil. O futuro eleitoral do capitão e de seus aliados, em grande parte, vai depender do sucesso dessa empreitada.

Por enquanto, a intenção de formar uma nova legenda tem as características de um tiro no escuro. Mesmo que o partido ultrapasse a barreira das assinaturas, ninguém sabe onde essa iniciativa vai dar.

Depois de chegar ao Palácio do Planalto sob as abas do PSL, dirigido pelo ex-deputado pernambucano Luciano Bivar, o capitão se arrisca a fundar sua própria sigla. Espera, assim, ter autonomia para controlar os rumos e as verbas do partido.

Se conseguir registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Aliança terá os méritos e os defeitos do presidente. De positivo, deve-se contabilizar os milhões de votos conseguidos pelo capitão em 2018.

Nos aspectos negativos, a possível nova legenda incorporará os problemas de relacionamento político e as sequelas do escândalo em torno do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), filho do presidente, e do seu ex-assessor, Fabrício Queiroz. A propósito, o “Zero Um” é vice-presidente da sigla em formação.

Importante ressaltar, também, o viés ideológico da Aliança. O partido se propõe a ocupar a ponta direita do espectro político brasileiro. Ao optar, explicitamente, por um dos polos, a tendência é que a sigla perca apoiadores mais identificados com o centro.

Outra incógnita do novo partido se refere ao perfil dos filiados. Para conseguir as assinaturas, Bolsonaro aposta na adesão maciça de eleitores evangélicos. Essa segmentação, sem dúvida, ajuda na formalização da legenda, mas também pode afugentar quem tem resistência à mistura excessiva entre política e religião.

Vitorioso em 2018, o capitão parece acreditar na própria performance para formar um partido com sua cara e, ao mesmo tempo, competitivo. A reeleição ao Planalto vai depender do êxito dessa iniciativa.

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