metropoles.com

Bloco de esquerda avalia que decisão do STF causa insegurança jurídica

O líder do PSB na Câmara, Júlio Delgado, afirma: a prisão após condenação em segunda instância não pode continuar dividindo a sociedade

atualizado

Compartilhar notícia

Antonio Cruz/Agência Brasil
1006746-df_17032016dsc_5854-
1 de 1 1006746-df_17032016dsc_5854- - Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Líderes partidários do bloco de esquerda na Câmara dos Deputados avaliaram que, ao negar o habeas corpus ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprofundou a insegurança jurídica sobre a questão da prisão após condenação em segunda instância e evidenciou a divisão no país. Para os parlamentares, é preciso a votação das Ações Diretas de Constitucionalidade (ADCs) e que o Congresso altere a Constituição para evitar a mudança de entendimento de ministros sobre o tema periodicamente.

Para o líder do PSB na Câmara, Júlio Delgado (MG), o placar de 6 a 5 no julgamento de quinta-feira (4/4) foi muito apertado, e cabe ao STF pacificar a questão apreciando as ADCs. Delgado afirma: a prisão após condenação em segunda instância não pode continuar dividindo a sociedade e o Parlamento, por sua vez, tem o dever de regulamentar o tema “para todos”. “Acho que o Legislativo não pode se eximir desse processo”, declarou.

Delgado se refere a uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pelo líder do PPS, Alex Manente (SP), que propõe deixar claro na Carta Magna a possibilidade de cumprimento de pena após a condenação em segundo grau. A PEC precisa ser admitida pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e discutida em mérito numa comissão especial, mas não pode ser apreciada em plenário. Devido à intervenção federal no Rio de Janeiro, mudanças constitucionais não podem ser votadas no Congresso.

“Na medida em que o STF não examina as Ações Diretas de Constitucionalidade e o Supremo tem a divisão que o Brasil assistiu, cabe ao Congresso Nacional cumprir seu papel de legislativo”, avaliou o líder do PCdoB, Orlando Silva (SP).

O deputado disse que o resultado da votação na Corte era previsível e criticou o “contraste” entre os votos favoráveis e contrários ao HC. “Os votos favoráveis expuseram larga argumentação jurídica, clara, objetiva, com fundamentação densa, direito comparado e história da justiça brasileira. Os votos contrários ao HC foram rasos, pareciam constrangidos, dedicados a atingir o senso comum, e repercutir na mídia. Pareciam declarações políticas”, comentou Silva.

Segundo o deputado Chico Alencar (RJ), representando a liderança do PSol, o julgamento mantém o clima de insegurança jurídica. “É muita confusão para um país já muito confuso”, afirmou. Ele se mostrou contrário à PEC por considerar que a Constituição já permite prisão cautelar de condenados. Para ele, o encarceramento após a condenação em segunda instância é inconstitucional. “Tanto não é constitucional que há uma PEC tramitando”, observou.

Alencar lamentou a decisão permitindo a prisão de Lula. “É perturbador que quem lidera a disputa seja retirado dela”, declarou.

Para o deputado Silvio Costa (Avante-PE), o STF rasgou a Constituição ao permitir a prisão de Lula. “Estamos em plena ditadura do Judiciário”, disse.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?