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Se Bolsonaro se reeleger, será graças ao suicídio da esquerda

Estado de calamidade das contas públicas

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Presidente Jair Bolsonaro durante Solenidade alusiva à Política Nacional para Recuperação das Aprendizagens na Educação Básica e ao MECPlace no palacio planalto em brasília
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro durante Solenidade alusiva à Política Nacional para Recuperação das Aprendizagens na Educação Básica e ao MECPlace no palacio planalto em brasília - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Disseram os algozes da presidente Dilma Rousseff que ela caiu por ter pedalado a Lei de Responsabilidade Fiscal. Coisa nenhuma. Caiu porque perdeu apoio político para seguir governando. Pelo mesmo motivo, antes, caiu Fernando Collor, acusado de corrupção.

A pedalada de Dilma foi de velocípede se comparada com a pedalada em bicicleta de corrida que Bolsonaro está dando não só na Constituição como na Lei de Responsabilidade Fiscal e nas leis que regem as eleições. Nada sequer parecido jamais aconteceu.

À época, a esquerda disse que o impeachment de Dilma foi golpe. Agora, com medo de perder votos se fosse contra, votou a favor no Senado e votará na Câmara a favor do golpe que Bolsonaro aplica para tentar se reeleger daqui a três meses.

A proposta de emenda à Constituição (PEC) aumentará para R$ 343 bilhões o custo do pacote eleitoreiro com medidas que vão da criação ou ampliação de benefícios a renúncias fiscais. Com recursos públicos, Bolsonaro quer comprar a eleição.

Sempre haverá o Supremo Tribunal Federal para barrar o atropelo das leis, imaginam os ingênuos. Difícil que barre desta vez. Como 11 juízes terão a coragem de confrontar uma decisão aprovada pelo Senado por 70 votos contra apenas um?

Na Câmara, a decisão será endossada pela esmagadora maioria dos deputados. É jogo jogado para que não se culpe a Justiça por cassar bondades que o governo resolveu distribuir a pretexto de que o país enfrenta grave crise com a guerra na Ucrânia.

Não é isso, porém, o que tem saído da boca do ministro Paulo Guedes, da Economia, com o aval de Bolsonaro. Os dois asseguram que a economia está em processo acelerado de recuperação e comemoram a queda dos índices de desemprego e da inflação.

Por seu extraordinário poder de causar estragos nas contas públicas, a PEC é chamada de Kamikaze, o que lembra os pilotos de aviões japoneses carregados de explosivos que realizaram ataques suicidas contra navios durante a Segunda Guerra Mundial.

Do ponto de vista dos partidos de esquerda, ela poderia ser chamada de PEC Haraquiri (o ritual suicida japonês dos samurais que se matavam rasgando com uma espada o próprio ventre). Já pensou em Bolsonaro reeleito graças a essa PEC?

Se ele perder, caberá ao próximo governo administrar a herança maldita. Caso vença, a esquerda amargará o maior erro de sua história. Ao fim e ao cabo, com Bolsonaro ou Lula, os brasileiros mais pobres pagarão a conta da farra fiscal. Como de hábito.

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