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Um em cada três profissionais de saúde diz ter sido testado para Covid-19

Levantamento foi feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e incluiu, além de médicos e enfermeiros, agentes comunitários de saúde

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
realização de testes para detecção do coronavírus em Águas Claras
1 de 1 realização de testes para detecção do coronavírus em Águas Claras - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Uma das principais maneiras de localizar casos e controlar a disseminação do coronavírus, a testagem não está sendo devidamente aplicada nem nos que estão na linha da frente da pandemia da Covid-19. Segundo um estudo feito pelo Núcleo de Estudos da Burocracia (NEB), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), apenas 35,2% dos profissionais de saúde dizem já ter sido testados para a infecção.

Foram entrevistadas 2.138 pessoas entre os dias 15/6 e 1/7, de todas as regiões do país e de vários níveis de atenção — 40% dos respondentes são agentes comunitários e agentes de controle de endemia, 20,8% profissionais de enfermagem, 14,7% médicos e 23,8%, outros profissionais da área.

Apenas 32% dos agentes comunitários de saúde e agentes de endemia afirmaram já ter recebido equipamentos de proteção individual — segundo Gabriela Lotta, responsável pela pesquisa, é irônico que o uso de proteção seja obrigatório, mas profissionais atuando em nome do Estado estejam desprotegidos. “Isso coloca em risco a vida deles e a nossa, já que podem ser vetores de transmissão da doença”, diz.

Ainda de acordo com o levantamento, 89% dos agentes afirmam ter medo de contrair a Covid-19 e 70% dos profissionais de saúde em geral não se sentem preparados para lidar com a epidemia. Cerca de 80% não se sentem apoiados pelo governo federal, enquanto 58% sentem falta do suporte municipal.

“Esperávamos encontrar um cenário melhor depois de quatro meses de pandemia, mas a pesquisa mostra que os profissionais de saúde continuam numa situação de vulnerabilidade”, avalia a pesquisadora. Michelle Fernandez, que é professora da UnB, além de pesquisadora do NEB e co-autora da pesquisa, diz que “são soldados lutando desarmados em uma guerra perdida”. “Sem treinamento suficiente para atuar na pandemia e sem acesso a testes, colocam em risco a sua própria vida para ajudar pessoas infectadas pela Covid-19″, afirma.

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