O rosto inchado da cantora Joelma levantou preocupações dos fãs após um show realizado no município de Parauapebas, no sudeste do Pará, no último sábado (28/05). De acordo com a assessoria da artista, o inchaço de Joelma foi uma sequela deixada pela Covid-19.
A cantora já foi diagnosticada com a doença três vezes, sendo a última em 18 de janeiro deste ano. Mas, o inchaço no rosto pode ter relação com a doença? A mudança na aparência pode ser uma sequela da Covid-19?
O infectologista Victor Bertollo, do Hospital Anchieta de Brasília, explica que a aparência inchada não pertence ao conjunto de sintomas pós-Covid descobertos até agora.
No entanto, outros fatores associados ao tratamento da doença podem provocar o estado. Uma das possibilidades é o uso de corticoides em altas doses e durante um tempo prolongado. “O medicamento é muito utilizado para tratar casos graves de Covid-19. Quando utilizado por um período longo, pode promover o acúmulo de líquidos ou de gordura, conhecido como síndrome de Cushing”, explicou.
Reação a infecções
Segundo a dermatologista Adriana Isaac, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o inchaço do rosto de Joelma também pode ser resultado de uma interação entre o ácido hialurônico – usado em procedimentos estéticos – com a infecção viral. O preenchimento não precisa ter sido realizado recentemente, pode até ser um reação tardia ao procedimento.
A cantora fez harmonização facial em 2019 e já admitiu ter realizado outros procedimentos estéticos, como preenchimento labial, rinoplastia e cirurgia no queixo.
Adriana explica que alguns casos assim ocorreram na pandemia e acrescenta que a reação também podem estar relacionadas à vacinação. “A vacina pode provocar uma reação imunológica, fazendo com o que o corpo estranhe outros antígenos que detecta, como os produtos injetáveis”, afirma.
“A partir do momento que tem o estímulo de uma vacina para reforçar a imunidade, existe uma ativação do sistema imunológico, que é feito pela vacina. Ela também pode ativar reações a outras substâncias que são estranhas ao organismo. O preenchimento com ácido hialurônico, por exemplo, tem antígenos de substâncias que não pertencem naturalmente ao nosso corpo, foram injetados, logo o corpo começa a reagir contra eles”, explica a dermatologista.

Sem ter um nome definitivo, o conjunto de sintomas que continua após a cura da infecção pelo coronavírus é chamado de Síndrome Pós-Covid, Covid longa, Covid persistente ou Covid prolongada Freepik

Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo Pixabay

Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais iStock

Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar Getty Images

A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírusFreepik

Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabeloMetrópoles

Especialistas acreditam que a Covid longa pode ser uma "segunda onda" dos danos causados pelo vírus no corpo. A infecção inicial faz com que o sistema imunológico de algumas pessoas fique sobrecarregado, atacando não apenas o vírus, mas os próprios tecidos do organismo Getty Images

Por enquanto, ainda não há um tratamento adequado para esse quadro clínico que aparece após a recuperação da Covid-19. O foco principal está no controle dos sintomas e no aumento gradual das atividades do dia a diaGetty Images

Apesar de uma total recuperação da doença, estudos recentes da Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, alertam que qualquer pessoa recuperada da Covid-19 pode sofrer complicações no ano seguinte à infecçãoGetty Images

Foram analisados os dados de 150 mil pessoas que tiveram o vírus para chegar às complicações mais comuns Getty Images

O risco de ter um ataque cardíaco, por exemplo, é 63% maior para quem já teve a infecção. A chance de doença arterial coronariana sobe para 72%, e para infarto, 52%Getty Images

Também chama a atenção dos cientistas o aumento da quantidade de pacientes com depressão e ansiedadeGetty Images

O estudo também registrou casos de Doença Arterial Coroniana, falência cardíaca, coágulos sanguíneos, batimentos irregulares e embolia pulmonarGetty Images
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