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Pará investiga possível caso de poliomielite em criança de 3 anos

Secretaria de saúde do estado emitiu comunicado de alerta após criança apresentar sintomas da doença

atualizado

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Myke Sena/Especial para o Metrópoles
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1 de 1 vacinação - Foto: Myke Sena/Especial para o Metrópoles

A secretaria de saúde do Pará investiga um caso suspeito de poliomielite em uma criança de 3 anos. Caso seja confirmado, será a primeira vez em 33 anos que um caso de paralisia infantil é identificado no Brasil. A doença está erradicada no país desde 1989.

O vírus foi identificado em testes feitos com as fezes da criança, que compareceu a uma unidade de saúde apresentando dor de cabeça, febre, dores musculares e redução motora nas pernas, sintomas compatíveis com a poliomielite.

O menino, residente do município de Santo Antônio do Tauá, apresentou os primeiros sintomas em 21 de agosto, 24 horas após ter sido vacinado com a tríplice viral e a VOP (vacina oral poliomielite), segundo informa o comunicado de risco emitido pelo estado. A mãe procurou atendimento médico em 12 de setembro, quando a criança já não ficava mais em pé.

De acordo com as informações do comunicado, a criança estava com a carteira de vacinação incompleta, sem o registro das doses da VIP (vacina inativada poliomielite), que pelo protocolo do Ministério da Saúde, deve ser aplicada antes da VOP (vacina oral poliomielite).

Desde 2016 as crianças recebem as três doses da vacina VIP (vacina inativada poliomielite) no primeiro ano de vida. Nos reforços anuais e na campanha, é aplicada a VOP.

“Ao analisar a carteira, a criança possuía duas doses de VOP, o que está em desacordo com as normas do PNI”, informa o comunicado de risco.

As vacinas de vírus atenuados são consideradas seguras e reações leves são previstas na aprovação dos imunizantes. O tipo de vírus detectado no exame corresponde a um dos componentes da vacina, não se tratando do póliovírus selvagem, já erradicado no país desde 1994.

A secretaria de saúde ainda não fechou o diagnóstico da criança e outras hipóteses não estão descartadas, como a síndrome de Guillain-Barré, por isso o caso segue em investigação.

O que é a doença

A poliomielite – também conhecida como pólio ou paralisia infantil – é uma das doenças mais perigosas do mundo. O vírus é altamente contagioso e pode causar quadros graves, como a paralisia dos membros inferiores, com consequências importantes para o resto da vida, como sequelas esqueléticas e motoras.

A transmissão se dá pelo contato direto com secreções eliminadas pela boca ou pelas fezes do indivíduo infectado. O poliovírus se aloja no intestino e na garganta do paciente, onde se multiplica até entrar na corrente sanguínea — uma vez circulando no corpo, sem tratamento, pode atingir o cérebro.

Em casos mais severos, o vírus causa paralisia ou meningite, que pode levar à perda de audição e visão, epilepsia e paralisia.

Vacinação contra pólio

Os indicadores de imunização infantil no Brasil contra a poliomielite estão em queda desde 2015. No ano passado, a campanha ficou longe de bater a meta estipulada pelo governo, com cobertura de apenas 67,1% do público-alvo, de acordo com a Fiocruz.

Esforços coletivos, como campanhas de conscientização e vacinação e medidas de vigilância mantiveram o poliovírus fora do Brasil nas últimas três décadas, fazendo com que a pólio fosse considerada erradicada no Brasil. Em 1994, o vírus selvagem da poliomielite foi declarado erradicado nas Américas pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas).

Leia a íntegra da nota da secretaria de saúde do Pará

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informa que trata-se de um resultado positivo para o vírus sabin like 3, ainda sob investigação, em um paciente de 3 anos, de Santo Antônio do Tauá, nordeste do Pará. O tipo de vírus detectado no exame é um dos componentes da vacina, não se tratando do pólio vírus selvagem, já erradicado no país desde 1994. Outras hipóteses diagnósticas não foram descartadas, como Síndrome de Guillain Barré, portanto o caso segue em investigação conforme o que é preconizado no Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde. A Sespa ressalta que presta toda a assistência ao paciente, que se recupera em casa, bem como, atua para a rápida investigação e esclarecimento do caso. O Ministério da Saúde foi notificado hoje e também acompanha o caso.

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