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Consumo exagerado de gordura e açúcar aumenta risco de morte

Pesquisadores da Universidade de Oxford avaliaram impacto de dietas ricas em açúcar e gordura na saúde de 116 mil voluntários

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Suwannar Kawila/EyeEm/ Getty Images
Açúcar
1 de 1 Açúcar - Foto: Suwannar Kawila/EyeEm/ Getty Images

Um estudo conduzido pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, mostrou que o consumo exagerado de alimentos ricos em açúcar e gordura, como refrigerantes e chocolates, pode aumentar os casos de doenças cardíacas e morte precoce na meia idade. Os pesquisadores acompanharam 116 mil pessoas durante 15 anos para avaliar o impacto da alimentação na saúde dos voluntários ao longo do tempo. A análise foi publicada na revista científica BMC Medicine.

O trabalho destacou duas dietas que aumentam o risco de doenças cardíacas e óbito. A primeira é rica em gordura saturada, como chocolates, manteiga e carne processada em vez de frutas frescas, vegetais e fibras. O segundo menu mais perigoso para a saúde do coração envolve alimentos com açúcares processados, incluindo refrigerantes, sucos de frutas e açúcar de mesa, além de queijos com alto teor de gordura e manteiga.

A gordura saturada representa um agravante para doenças cardíacas porque pode obstruir as artérias, enquanto o açúcar processado aumenta a pressão sanguínea e pode estimular o fígado a introduzir gorduras prejudiciais na corrente sanguínea, segundo os especialistas.

Os pesquisadores descobriram que aqueles participantes que seguiram a primeira dieta tinham 7% mais chances de sofrer de doenças cardiovasculares na meia-idade, enquanto para o outro grupo este risco foi 4% maior com relação a pessoas que costumavam seguir dietas mais saudáveis.

As descobertas mostraram, ainda, que o perfil de pessoas que tendem a comer mais chocolate, doces, alimentos gordurosos e pão branco é formado por homens, com menos de 60 anos, fumantes e de classes sociais mais pobres. Eles também tendem a ser menos ativos fisicamente, convivendo com obesidade ou com hipertensão.

Já os participantes que relataram o consumo constante de refrigerantes, suco de frutas e alimentos em conserva tiveram um risco maior de doenças cardiovasculares e mortalidade, embora tendessem a ser fisicamente ativos. Eles também eram menos propensos a serem fumantes ou conviver com obesidade, hipertensão, diabetes ou colesterol alto.

Entre as mulheres, aquelas com menos de 60 anos ou obesas apresentaram riscos mais elevados de doenças cardiovasculares, caso seguissem uma das duas dietas estudadas na pesquisa.

Carmen Piernas, principal autora do estudo, explica que a pesquisa sugere que comer menos chocolate, doces, manteiga, pão com baixo teor de fibras, bebidas adoçadas com açúcar, suco de frutas, açúcar de mesa e conservas pode estar associado a um menor risco de doença cardiovascular ou morte durante a meia-idade

“As descobertas deste estudo podem ser usadas para criar conselhos dietéticos baseados em alimentos que ajudem as pessoas a comer mais saudavelmente e reduzir o risco de doenças cardiovasculares“, sugere a pesquisadora.

De acordo com Piernas, novas pesquisas são necessárias para investigar as possíveis razões para as associações entre as duas dietas e doenças cardiovasculares e mortalidade.

Como foi feito o estudo

No estudo, os pesquisadores solicitaram que participantes da Inglaterra, Escócia e País de Gales com idades entre 37 e 73 preenchessem questionários online sobre suas dietas diárias entre 2006 e 2010. Os autores, então, catalogaram os nutrientes e alimentos ingeridos para comparar os dados com os números de pacientes hospitalizados e/ou que foram a óbito de 2017 a 2020.

Para Carmen Piernas, principal autora do estudo, além de servir como alerta para os perigos do açúcar e da gordura em excesso, o trabalho é uma forma de aumentar a consciência das pessoas com relação a quais tipos de alimentos contêm ingredientes maléficos para a saúde.

“As orientações dietéticas mais comuns baseiam-se nos nutrientes encontrados nos alimentos, e não nos próprios alimentos, e isso pode ser confuso para o público. Nossas descobertas ajudam a identificar alimentos e bebidas específicos que são comumente consumidos na Grã-Bretanha e que podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares e mortalidade”, afirmou a pesquisadora.

Veja as melhores dietas para manter uma alimentação saudável segundo ranking anual da U.S. News & World Report:

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