Condições genéticas podem estar ligadas ao diabetes tipo 2, diz estudo
Pesquisa analisou como o DNA influencia a gordura no fígado e o tamanho do pâncreas, relacionando os fatores com a ocorrência de diabetes
atualizado
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Para entender o papel dos genes no risco de desenvolver diabetes, pesquisadores do Reino Unido analisaram como o nosso DNA influencia o armazenamento de gordura no fígado e o tamanho do pâncreas. O estudo busca descobrir novos tratamentos para reduzir o risco de diabetes tipo 2.
O estudo do UK Biobank foi financiado pela plataforma Diabetes United Kingdom e envolveu cientistas da Universidade de Brunel. Eles usaram um método estatístico que relaciona as informações genéticas de quase 33 mil participantes para entender os efeitos na saúde dessas pessoas.
Melhores dietas para diabetes

Dieta Mediterrânea – Baseada em alimentos frescos, escolhidos conforme a estação do ano, e naturais, é interessante por permitir consumo moderado de vinho, leite e queijo. O cardápio é tradicional na Itália, Grécia e Espanha, usa bastante peixe e azeite, e, desde 2010, é considerado patrimônio imaterial da humanidade. Além de ajudar a perder peso, diminui o risco de doenças cardiovasculares

Dieta Dash – A sigla significa, em português, Métodos para Combater a Hipertensão e foca não só em diminuir a quantidade de sódio ingerida, mas em alimentos ricos em proteínas, fibras, potássio, magnésio e cálcio. A dieta tem 20 anos e é reconhecida por várias publicações científicas pela eficiência em reduzir a pressão arterial e controlar o peso iStock

Dieta Flexitariana – Sugere uma redução de até 70% do consumo de carne, substituindo a proteína animal por vegetais, frutas, sementes, castanhas e cereais. Com o regime, o organismo ficaria mais bem nutrido e funcionaria melhor. É recomendado começar trocando a carne vermelha por frango ou peixe e procurar um nutricionista para acompanhar a necessidade de suplementação de vitamina B12, encontrada em alimentos de origem animal Dose Juice/Unsplash

Dieta Mayo Clinic – Publicada em 2017 pelos médicos da Mayo Clinic, um dos hospitais mais reconhecidos dos Estados Unidos, o programa é dividido em duas partes: perca e viva. Na primeira etapa, 15 hábitos são revistos para garantir que o paciente não desista e frutas e vegetais são liberados. Em seguida, aprende-se quantas calorias devem ser ingeridas e onde encontrá-las. Nenhum grupo alimentar está eliminado e tudo funciona com equilíbrio Rui Silvestre/Unsplash

Dieta Vegana A dieta vegana retira qualquer alimento de origem animal do cardápio: nada de manteiga, ovos ou whey protein. Aqui, a alimentação é composta basicamente por frutas, vegetais, folhagens, grãos, sementes, nozes e legumes. Para quem quer perder peso, a dica é aproveitar que a dieta já é considerada mais saudável por evitar gorduras animais e ter menos calorias, e controlar as quantidades de cada refeição Anna Pelzer/Unsplash

Dieta Jenny Craig A dieta é, na verdade, um programa de receitas e algumas refeições prontas, que enfatiza a alimentação saudável e mudança de comportamento. Há acompanhamento de consultores durante todo o processo para garantir que o paciente esteja motivado e informado sobre quantidades e as melhores escolhas. Há um cardápio exclusivo para pessoas com diabetes tipo 2 e um serviço extra de análise de marcadores no DNA para personalizar o tratamento iStock

Dieta Ornish Criada em 1977 por um professor de medicina da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, o cardápio tem poucas gorduras, carboidratos refinados e proteínas animais. Os alimentos são categorizados em cinco grupos entre o mais saudável e o menos saudável, e é permitido consumir até 59ml de álcool por dia. O programa incentiva também a prática de meditação e ioga, além de exercícios de flexibilidade, resistência e atividades aeróbicas Amoon Ra/Unsplash

Dieta Volumétrica – Criada pela nutricionista Barbara Rolls, a ideia é diminuir a quantidade de caloria das refeições, mas mantendo o volume de alimentos ingeridos. São usados alimentos integrais, frutas e verduras que proporcionam saciedade e as comidas são divididas pela densidade energética

Dieta The Engine 2 Criada para prevenir doenças cardíacas, diabetes, Alzheimer e câncer, é baseada em um cardápio low carb e "forte em plantas". Segundo Rip Esselstyn, é basicamente uma dieta vegana com um "twist": aqui não entram óleos vegetais e o objetivo primário não é perder peso, apesar de um aumento na massa muscular ser comum entre os adeptos iStock

Vigilantes do Peso – O programa existe há mais de 50 anos e estabelece uma quantidade de pontos para cada tipo de alimento e uma meta máxima diária para cada pessoa, que pode criar o próprio cardápio dentro das orientações. Além disso, há o incentivo a atividades físicas e encontros entre os participantes para trocar experiências Ola Mishchenko/Unsplash
Os cientistas identificaram que indivíduos com uma composição genética que os tornam mais propensos a armazenar gordura no fígado têm maior probabilidade de ter diabetes tipo 2. Os resultados mostraram que o risco da doença sobe 27% para cada 5% de aumento na gordura hepática.
Os achados também indicaram que um pâncreas menor pode estar relacionado com a doença. Os níveis de gordura no órgão e o tamanho do fígado também sugerem uma relação com a condição, mas não foram encontrados resultados suficientes para definir o papel das alterações no aumento do risco de diabetes tipo 2.
Em relação à diabetes tipo 1, os pesquisadores analisaram dados de 9.000 pessoas. Entretanto, o tamanho do fígado e do pâncreas ou os níveis de gordura não estavam diretamente vinculados à condição autoimune.
Hanieh Yaghootkar, cientista envolvido no estudo, explicou à plataforma Diabetes UK que pessoas com diabetes tipo 2 geralmente têm excesso de gordura no fígado e no pâncreas, os dois órgãos-chave na manutenção do nível normal de açúcar no sangue. “A análise genética que usamos neste estudo é o melhor método possível para testar essa relação e fornecemos evidências para sugerir uma relação causal da gordura hepática no risco de diabetes tipo 2”, afirmou o pesquisador.
Diabetes
O diabetes é uma doença crônica classificada como uma das maiores ameaças à saúde em 2019, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
No Brasil, cerca de 12,5 milhões de pessoas têm a doença, ficando somente atrás da China, Índia e EUA. E o número tende a crescer nos próximos anos, visto que 14 milhões dos brasileiros são pré-diabéticos, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes.