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Putin pede a ministro que forças nucleares entrem “em alerta”

A determinação do presidente da Rússia é uma reação às sanções internacionais. EUA reage ao que chamou de “padrão de ameaças”

atualizado

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Sergei GuneyevTASS via Getty Images
O presidente russo Vladimir Putin num discurso. Ele está frente a um púlpito, sob fundo neutro com a bandeira do país - Metrópoles
1 de 1 O presidente russo Vladimir Putin num discurso. Ele está frente a um púlpito, sob fundo neutro com a bandeira do país - Metrópoles - Foto: Sergei GuneyevTASS via Getty Images

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reuniu, neste domingo (27/2), com o ministro da Defesa, Serguei Choigu, e do Estado Maior, Dmitry Yuryevich Grigorenko, no Kremlin. No encontro, o mandatário ordenou que os ministros colocassem as forças nucleares em “regime especial de alerta”.

Na avaliação de Putin, as sanções impostas pelos países ocidentais são “ilegítimas”. Durante a madrugada (horário de Brasília), as tropas russas entraram na segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv.

“Os países ocidentais não estão apenas aplicando sanções econômicas nada amigáveis. Seus líderes de Estado têm feito pronunciamentos agressivos sobre nosso país. Por isso, ordenei que coloquem as forças de dissuasão da Rússia em regime especial de alerta”, afirmou o presidente.

O gesto de Putin é uma resposta às sanções de países do Ocidente impostas à Rússia, que mesmo assim tem apresentado condições para driblar as medidas restritivas exigidas. A ameaça em apelar para armas nucleares, no entanto, ligou um alerta para o efeito catastrófico que o uso do aparato com grande potencial letal e destrutivo pode causar.

EUA reage

A comunidade internacional reagiu minutos após o anúncio de Putin. Órgãos de segurança dos Estados Unidos já monitoram a situação.

Another war crime of the #RussianFederation.
Vasilkov oil depot.#Vasilkov #UkraineWar #UkraineUnderAttac #RussiaInvasion pic.twitter.com/BXFBtgNjlf

— KyivPost (@KyivPost) February 26, 2022

A Casa Branca, sede do governo americano, reagiu à determinação e disse que a medida “obedece a um padrão de fabricação ameaças que não existem”.

“A Rússia nunca esteve sob ameaça da Otan”, disse o governo americano. Os americanos também disseram que estão abertos a dar mais assistência aos ucranianos. Otan é uma aliança militar de defesa liderada pelos Estados Unidos.

A embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, fez alertas sobre o risco da media.

“Putin colocar as armas nucleares em alerta, mostra que o líder russo está escalando o conflito de uma maneira que é inaceitável”, criticou.

A Otan anunciou mais apoio à Ucrânia. O secretário-geral da entidade, Jean Stoltenberg, fez um breve pronunciamento logo após o anúncio de Putin.

Repercussão

Por meio do Twitter, o pesquisador Pavel Podvig, especialista em estudos sobre a força nuclear russa, afirmou que a fala de Putin é uma “clara e explícita ameaça nuclear”.

“Isso me deixa preocupado. O Kremlin não tem boas saídas neste momento e está olhando para uma ameaça ao estado atual”, pontuou o especialista.

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Rússia avança

Neste domingo (27/2), as tropas russas entraram na segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv. Além disso, mísseis balísticos atingem refinaria e gasoduto em território ucraniano.

O governo russo afirmou que uma delegação teria sido enviada a Belarus para discutir termos de um acordo de paz com a Ucrânia. Os ucranianos, entretanto, alegaram que as ofertas foram declinadas “categoricamente”. Depois disso, Zelensky divulgou a mensagem no Twitter.

Diante do aceno, o governo ucraniano entrou com uma ação contra os invasores no Tribunal Internacional de Justiça da Organização das Nações Unidas (ONU), em Haia.

“A Ucrânia entrou oficialmente com uma ação contra a Rússia no Tribunal Internacional de Justiça da ONU, em Haia. Exigimos que a Rússia seja responsabilizada por distorcer o conceito de genocídio para justificar a agressão”, escreveu o presidente ucraniano.

Zelensky também solicitou que o órgão marque uma conversa entre as partes. “Pedimos ao tribunal que ordene imediatamente à Rússia que cesse as hostilidades e agende uma audiência na próxima semana”, salientou.

Em outro tuíte, o presidente ucraniano usou palavras mais fortes e frisou que a Rússia deve ser responsabilizada “por manipular a noção de genocídio para justificar a agressão”.

“Solicitamos uma decisão urgente ordenando que a Rússia cesse a atividade militar agora e esperamos que os julgamentos comecem na próxima semana”, assinalou Zelensky.

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