Dez dias de guerra: como a invasão da Ucrânia mudou a rotina mundial
O Metrópoles reuniu os fatos mais marcantes do conflito. Confira como a guerra movimentou o planeta nesse sábado (5/3)
atualizado

O que era uma ameaça se concretizou. Depois, tomou proporções que arriscam a existência da humanidade. Há 10 dias, mísseis, tanques e militares em trincheiras voltaram a fazer parte do cotidiano. A guerra entre a Rússia e a Ucrânia mudou a rota do mundo.
Todo conflito armado não tem efeito somente no front. A economia, a organização político-diplomática e a segurança internacional estão na mira, assim como civis ucranianos.
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O Ocidente respondeu à investida de horror com sanções econômicas. Freou a circulação do dinheiro russo no mundo, mas não foi o bastante para soldados abandonarem tanques e fuzis.
A escalada do conflito, iniciado com retaliações da Rússia devido às investidas da Ucrânia em ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), matou ao menos 2 mil pessoas, segundo o governo ucraniano.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), contudo, a guerra na Ucrânia contabilizava 315 civis mortos e 707 feridos neste sábado.
A crise geopolítica no Leste Europeu chegou ao ápice de preocupação mundial com o risco de acidente nuclear ou o uso de armas do tipo. Soldados russos bombardearam a maior usina europeia. Um acidente seria 10 vezes mais potente do que o ocorrido em Chernobyl.
Nomes, como Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Volodymyr Zelensky, mandatário da Ucrânia, tomaram as manchetes mundiais e despertaram o interesse global.

A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra Anastasia Vlasova/Getty Images

A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito Agustavop/ Getty Images

A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local Pawel.gaul/ Getty Images

Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km Getty Images

Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia Andre Borges/Esp. Metrópoles

Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país Poca/Getty Images

A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro Kutay Tanir/Getty Images

Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta OTAN/Divulgação

Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território AFP

Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images

Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado Will & Deni McIntyre/ Getty Images

O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles Vostok/ Getty Images

Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo Vinícius Schmidt/Metrópoles
O embate entre os dois países parece longe do fim. Todas as tentativas de cessar-fogo, mesmo que temporário e pressionado pela comunidade internacional, fracassaram.
O Metrópoles reuniu os fatos mais marcantes do conflito. Confira, a seguir, como a guerra movimentou o planeta nos últimos 10 dias.
Quinta-feira (24/2)
- Putin determina a invasão. Tropas iniciam ataques a partir da fronteira bielorrussa.
Sexta-feira (25/2)
- O governo ucraniano afirma ter sofrido ao menos 203 ataques russos desde o início da invasão.
- Russos cercam Kiev, capital ucraniana e coração do poder do país, além de tomar Chernobyl.
- Zelensky decreta o rompimento das relações diplomáticas com a Rússia e distribui 10 mil fuzis a civis.
Sábado (26/2)
- Sitiada, Kiev é invadida por tropas russas.
- Putin estimula militares ucranianos a darem um golpe no governo de Volodymyr Zelensky.
- Com tensão em alta, TV ucraniana ensina a população a produzir coquetéis molotov.
- ONU, Otan e União Europeia discutem represálias contra a Rússia.
Domingo (27/2)
- Hospital, orfanato, prédios e escola se tornam alvo de mísseis russos.
- FAB reserva dois aviões para resgatar brasileiros; 40 deixam a Ucrânia.
- Putin ordena “ofensiva total” e aumenta tropas ao redor da Ucrânia.
- Papa condena bombardeios russos: “Diabólica insensatez da violência”.
- Exército russo cerca usina nuclear; Kiev vive tensão extrema.
- Países articulam Assembleia Geral da ONU para punir Rússia e Putin.
- Bancos russos são excluídos do Swift, maior sistema bancário global.
Segunda-feira (28/2)
- Putin pede a ministro que forças nucleares entrem “em alerta”.
- Ucrânia é atacada por Belarus, país aliado da Rússia.
- EUA pede que americanos saiam “imediatamente” da Rússia.
- Putin fica mais isolado após G7 também excluir bancos russos do Swift.
- Assembleia Geral da ONU marca rara sessão emergencial para punir Rússia.
- Em alerta, União Europeia diz: “A guerra voltou às nossas fronteiras”.
- ONU reage a Putin e alerta: “Conflito nuclear é inconcebível”.
Terça-feira (1º/3)
- Sob ataques, Ucrânia ameaça a Rússia: “Temos como continuar a guerra”.
- Megacomboio militar russo cerca Kiev; sirenes de alerta são acionadas.
- Zelensky diz que, sem cessar-fogo imediato, guerra terá “larga escala”.
- Tropas russas avançam e já cercam nove cidades ucranianas.
Quarta-feira (2/3)
- Ucrânia descobre e frustra plano de assassinato de Volodymyr Zelensky.
- ONU aprova resolução contra Rússia por guerra na Ucrânia.
- “Terceira guerra mundial seria nuclear e devastadora”, alerta Rússia.
Quinta-feira (3/3)
- Putin intensifica ataques e radicaliza: “Objetivos serão alcançados”.
- Ucrânia pede “corredor verde” para refugiados após aumento de ataques.
- Macron após conversa com Putin: “O pior ainda está por vir”.
- Zelensky pede reunião com Putin para negociar pausa em bombardeios.
- Russos sitiam 26 cidades; maior usina nuclear da Europa está no alvo.
Sexta-feira (4/3)
- Zelensky pede apoio e alerta: “Se a Ucrânia cair, a Europa também cai”.
- Megacomboio russo de tanques e tropas se movimenta em direção a Kiev.
- ONU: Conselho de Segurança faz reunião emergencial após ataque à maior usina da Europa.
- Tropas avançam, e bombardeio aéreo russo deixa mortos e feridos em Kiev.
Sábado (5/3)
- Zelensky pede envio de aviões em reunião com senadores dos EUA.
- Putin ameaça país que fizer zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia.
- Corredor humanitário para a retirada de civis da zona de conflito não dá certo. Ministro ucraniano acusa Rússia de não respeitar acordo.
- Ucrânia pede suprimentos ao Brasil para atender vítimas da guerra.
- Visa e Mastercard suspendem todas as operações na Rússia.