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O avanço da economia significa a morte política de Lula

Os sinais, que estão aí há meses, já não podem mais simplesmente ser ignorados. O Brasil está produzindo mais riquezas

atualizado

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Kacio Pacheco/Metrópoles
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1 de 1 guzzo-lula-dissolvido - Foto: Kacio Pacheco/Metrópoles

Após meses seguidos daquilo que a psicologia chama de “denial”, palavra inglesa que designa os estados de deliberada negação das realidades que os pacientes não querem aceitar, parece que começa a cair a ficha para o mundo político, os “especialistas” e boa parte dos comunicadores: essa coisa da economia pode dar certo.

Os sinais, que estão aí há meses, já não podem mais simplesmente ser ignorados. O emprego avança, o consumo no varejo aumenta, a construção civil retoma o impulso, os juros estão a 5% ao ano, a inflação está quase zerada, as exportações agrícolas vão bater todos os recordes, superando as 200 milhões de toneladas. Ninguém mais se anima a fazer previsões sinistras sobre o crescimento econômico para 2020.

Isso pode estar significando, pura e simplesmente, a morte política para Lula, a esquerda e esse centro “não polarizado” que tanto encanta os cientistas políticos em desfile pela mídia.

Para o ex-presidente e o PT, o Brasil tem de dar errado nos próximos três anos – se a economia for bem, o problema de derrotar um lado que já tem os dois homens mais populares do Brasil, Jair Bolsonaro e Sergio Moro, talvez se torne insolúvel. Mesmo os esforços para vender a ideia de que a “aprovação” do presidente está em queda começam a dar sinais de cansaço.

A esperança, no fundo, parece ter se resumido a alguma coisa que venha a ser feita pelos filhos, ou pela ministra Damares, ou algo assim – mas é muito pouco, se a economia engatar.

Sobra a reclamação contra o preço da fraldinha para o churrasco do domingão, peça-chave da mais recente teoria econômica de Lula. Não parece uma bandeira capaz de arrastar as multidões.

* Este texto representa as opiniões e ideias do autor.

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