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Corrente do bem: donos de restaurantes fazem doações de Páscoa no DF

As iniciativas contemplam crianças, famílias carentes e profissionais que estão na linha de frente no combate à pandemia nos hospitais

atualizado

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Food bank volunteers organize donations
1 de 1 Food bank volunteers organize donations - Foto: Foto: Getty Images

O Distrito Federal vive os piores momentos da pandemia do novo coronavírus. São mais de 5.900 vidas perdidas e mais de 340 mil pessoas que foram infectadas na região. Mas algumas luzes de esperança surgem pela cidade, além dos mais de 321 mil recuperados da Covid-19. É tempo de solidariedade!

Exemplo disso é a campanha criada por Guto Jabour, sócio dos restaurantes Wine Garden e Almería com a irmã Luiza Jabour, a esposa Bianca e o cunhado Tiago. O empresário usou as redes sociais para lançar uma ação e arrecadou dinheiro para comprar equipamentos de proteção individual (EPIs) para as pessoas que estão na linha de frente no combate à pandemia nos hospitais públicos. Mas também para pacientes que sofrem com a doença nesses locais. Três endereços foram ajudados com o dinheiro arrecadado: Hospitais Regionais da Ceilândia, Gama e São Sebastião.

“A ideia era somar forças para dar segurança e demonstrar carinho a todos os profissionais que estão na linha de frente do combate ao vírus. Me deixa muito chocado o quanto estamos anestesiados com a situação caótica em que vivemos. E a campanha, além de doar os itens, tem como propósito nos fazer olhar para todos os que estão dando a vida nessa luta. Em uma guerra, pois estamos em guerra, todos precisam fazer a sua parte”, reflete Guto Jabour. 

Em dez dias, a campanha arrecadou pouco mais de R$ 12 mil. Com parte do dinheiro, o empresário providenciou a compra de 8 mil luvas, 900 aventais, 300 lençóis, 10 cestas básicas e 1 oxímetro infantil. Mas as doações não pararam por aí. O empresário conta que muitas pessoas gostaram da iniciativa e doaram luvas, máscaras e aventais direto para os hospitais. A campanha acabou, mas Guto lembra que sempre é tempo de doar. “Enquanto pudermos ajudar, vamos estar aqui.”

Guto Jabour, proprietário dos restaurantes Wine Garden e Almería, inaugurado durante a pandemia no Pontão do Lago Sul
Vale um sorriso

Enquanto algumas pessoas trabalham a todo vapor nos hospitais, outras estão internadas e lutam contra doenças. E quando se é criança, a doença pode parecer um monstro bem assustador. Então a Pizza César resolveu levar um pouquinho de alegria para os pequenos assistidos pela Abrace, que é a Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias. 

A empresa garantiu o lanche do dia 23 de março e doou pizzas de nove sabores para a criançada que está na sede da Abrace. “É uma instituição que cuida de um público muito especial, e que por ser imunodeprimido passa por um isolamento ainda maior. Poder levar um pouco de descontração e uma alimentação fora do tradicional é o mínimo que podemos fazer neste momento”, pontua Leonardo Antunes, sócio da Pizza César. 

Ele conta que por conta das restrições da pandemia só foi possível atender 30 crianças. Mas serão 30 sorrisos estampados. “Elas adoram pizza, e pizza de chocolate então… Já fizemos várias ações com eles e é sempre um sucesso”, lembra Leonardo. Para a experiência eles trouxeram o sabor especial de pizza criado para a Páscoa de 2021 junto com a chocolateria Simple. A massa é coberta com chocolate ao leite e bombons recheados de amendoim.

O sócio da pizzaria ressalta ainda a importância que a solidariedade tem nesse momento. Segundo ele, o intuito da ação “também é estimular doações para Abrace e outras instituições que sofrem também com a escassez de recursos nesta pandemia”. 

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Comida para quem tem fome

A pandemia do novo coronavírus também aumentou o número de pessoas que vivem em situação de insegurança alimentar (quando o acesso a alimentos é escasso). Mas algumas iniciativas surgiram para ajudar quem mais precisa nesse momento. Exemplo disso é a ação 30 horas de solidariedade, feita pelo A Vila Cozinha e Bar em parceria com a Top7 Entretenimento. A casa arrecadou alimentos não perecíveis, produtos de higiene e limpeza para doar para pessoas carentes. 

A iniciativa arrecadou cerca de cem toneladas de produtos, segundo Gustavo Gomes, sócio do A Vila. Parte do que foi arrecadado foi doado para famílias assistidas pela instituição Acac, da Ceilândia. Além disso, a equipe quer entregar doações para famílias da Estrutural, São Sebastião, Vila Dimas, entre outros locais.

O restaurante fez uma outra arrecadação no começo da pandemia. E agora tentaram repetir e ajudar o máximo de pessoas possível. A expectativa inicial da campanha era atender 3 mil famílias, assim como no ano passado. “Na época arrecadamos 3 toneladas de alimentos, o que equivale a 3 mil cestas básicas”, ressalta Gustavo Gomes. 

“É muito ruim ver pessoas passando fome por conta do impacto do coronavírus. Se podemos fazer por eles, iremos fazer para atender as famílias carentes de vários pontos do DF”, enfatiza Gustavo. 

Chocolate gera doação 

Enquanto alguns dão continuidade a projetos antigos, outros dão start a novas iniciativas. A iCones Gourmet é uma loja especializada em cones recheados, bolos no pote e copos de brownie e resolveu investir em ovos de colher nessa Páscoa. Mas a empresa foi além e transformou as compras de ovos em uma ação social: a cada ovo vendido, uma cesta básica será doada. 

“Estamos vivenciando um momento delicado, de pandemia, onde muitas pessoas estão passando por diversas dificuldades. Diante disso eu vi várias pessoas participando de campanhas de arrecadação no Instagram e resolvi fazer minha parte”, relata Pedro Aguiar, dono da doceria. Ele explica que com a ação poderá doar 3 vezes o que doaria apenas com o dinheiro dele. 

As cestas compradas serão doadas para moradores de um assentamento que fica próximo à região rural de Sobradinho. Embora a campanha tenha acabado, quem quiser participar pode fazer doações diretas. Os interessados em entregar cestas básicas podem entrar em contato com Pedro. 

“Eu amo fazer esse tipo de ação, pois acredito muito no poder da coletividade. Onde um consegue ajudar o outro, as pessoas vão fazendo uma corrente e todo mundo se ajuda. Então acho que gera esperança de dias melhores para as pessoas que são beneficiadas e para quem está ajudando”, pontua o empresário.

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