Presa no DF, filha mantinha idosa com ferida aberta até o pulmão

Agentes da Polícia Civil encontraram a vítima totalmente debilitada, sem os dentes e com as fraldas sujas de fezes e urina

Anderson Costolli ,
Fernando Caixeta
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu, na nessa terça-feira (14/01/2020), Flávia Cristina Marçal, 38 anos, acusada de maltratar a própria mãe, uma idosa, de 69, em Taguatinga Sul. Após receber uma denúncia, os agentes flagraram a vítima dentro de casa. Ela estava desnutrida, sem dentes e com várias feridas pelo corpo. Um dos machucados, nas costas, deixava o pulmão da mulher à mostra, de tão profundo.

A denúncia partiu de um médico do Núcleo de Atendimento Domiciliar, do Hospital de Taguatinga (HRT). Durante uma das visitas, o profissional se deparou com as cenas, descritas pelos investigadores da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, por Orientação Sexual ou contra a Pessoa Idosa e com Deficiência (Decrin) como “deploráveis”.

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“Foi uma situação desumana, é uma coisa muito deplorável. A filha falou com muita frieza. Disse que estava juntando dinheiro para dar um funeral digno para a mãe”, disse a delegada-chefe da Decrin, Ângela Maria dos Santos.

Em nota, a PCDF informou que a vítima encontrava-se em estado vegetativo quando a equipe da polícia especializada chegou ao local. Envolta apenas em um lençol, a idosa usava fraldas, que estavam sujas de fezes e urinas. Na cozinha, alimentos mantidos sem refrigeração, fora do prazo de validade, deixavam o ambiente com o odor forte.

Aos investigadores, a filha da idosa teria assumido que usava, mensalmente, os R$ 3,9 mil da aposentadoria da mãe para benefício próprio. Ela justificou que a vítima se alimentava por meio de sonda e, por isso, não tinha gastos pessoais. Ela pagou fiança de R$ 2,5 mil e acabou liberada.

A idosa, que é servidora aposentada da Secretaria de Educação, vinha sofrendo com o agravamento de sua condição de saúde por conta de um acidente automobilístico ocorrido 20 anos atrás. Há uma década, a vítima se encontra em estado vegetativo e recebe cuidados da filha única.

“Nós fomos acionados pelo Núcleo de Atendimento Domiciliar da Secretaria de Saúde para acompanhar uma visita e verificar a situação. Encontramos uma casa com um ambiente totalmente insalubre, sem as mínimas condições de higiene, quente e sem ventilação, a ponto de os policiais que participaram da ação pagarem mal”, descreve a delegada Ângela Maria dos Santos.

A filha contou, em depoimento, que “cuida” da mãe desde que tinha 18 anos de idade. Nunca trabalhou e diz ter trancado a faculdade para ficar com a idosa. “Ela disse que nunca contratou cuidadoras porque temia que elas maltratassem sua mãe”, informou a delegada.

Com o dinheiro da aposentadoria da vítima, a filha comprava roupas, comida e, recentemente, adquiriu um celular de última geração. “Chamou a atenção a frieza como ela falava sobre fazer uma poupança para dar um funeral digno para a mãe”, ressalta Ângela Maria. Conforme a policial, a autora chegou a juntar R$ 6 mil na poupança, mas a conta estava com apenas R$ 50 no dia em que foi detida.

“Os policiais que foram ao local a descreveram cimo um cadáver vivo. Ela estava se desintegrando, uma situação deplorável”, assinalou a delegada.

Após ser resgatada, a mulher idosa foi levada as pressas para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT), onde está entubada e espera por cirurgia. O caso foi comunicado ao Ministério Público, que definirá o destino da vítima, caso receba alta. Na hipótese de falecimento, a filha poderá responder por outros crimes.

 

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