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Pânico e medo: lojas e casas no rastro de Lázaro Barbosa são fechadas

Em Edilândia e Cocalzinho, Goiás, moradores e comerciantes estão aterrorizados com a presença do suspeito do quádruplo homicídio no DF

atualizado

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Arthur Menescal/ Especial para o Metrópoles
População do entorno com medo do autor da chacina
1 de 1 População do entorno com medo do autor da chacina - Foto: Arthur Menescal/ Especial para o Metrópoles

A população de Edilândia (GO), local onde ocorre a caçada ao suspeito pela chacina no Incra 9, no Distrito Federal, está apavorada com a possibilidade de Lázaro Barbosa de Sousa, 32 anos, não ser capturado pela força-tarefa de Segurança nesta segunda-feira (14/6).

Ao Metrópoles, moradores da região afirmaram que as chácaras estão praticamente vazias. Os chacareiros e trabalhadores estão deixando os locais por medo de uma possível invasão, já que o foragido é acostumado e conhece bem a região e estaria escondido na mata. Ele chegou a entrar em residências entre sábado e a madrugada desta segunda-feira.

“Estamos vivendo momentos de terror e pânico. Apavorados. A polícia está mobilizada, mas não consegue prender esse homem. Enquanto isso, ele faz um estrago. Desde quinta (10) que ninguém da região sai de casa após as 18h. Estamos aguardando que ele seja preso ainda hoje. Caso não capturem, eu não volto para a chácara onde moro”, disse Raquel Daniele Farias, 32, atendente de uma lan house de Edilândia, que mora próximo ao município de Girassol, em uma área rural.

Comerciante da região, Leandro Pereira dos Santos (foto de destaque), 31, também relatou a sensação de pânico da população. “Ninguém quer ficar aqui. É um risco muito grande. Depois do almoço no restaurante, o povo vai para casa e não sai. Não estamos vendo as pessoas na rua. Nós nunca tínhamos visto nada parecido com isso. A sensação é de insegurança com esse homem solto”, relatou.

Leandro também conhece os três homens baleados por Lázaro em uma chácara próximo a Lagoa Samuel, município de Cocalzinho (GO), no sábado: “O rapaz que foi baleados na perna, mora aqui próximo. Na sexta, comentamos sobre os crimes. Ele almoçou no meu restaurante no sábado e logo depois saiu para visitar a chácara dos amigos onde tudo ocorreu. Ele está bem. Também tivemos informações de que as outras duas vítimas estão fora de perigo”.

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Outro morador da região que preferiu não se identificar comentou sobre o rastro de violência causado por Lázaro. “Na minha casa tem mais de cinco cachorros. Eu não sei se ele conseguiria entrar lá, mas ainda assim estamos com receio do que ele é capaz. A gente espera que Lázaro seja rendido ainda hoje.”

As buscas por Lázaro Barbosa de Sousa, 32 anos, chegam ao sexto dia nesta segunda. O criminoso espalhou terror no Distrito Federal e deixou um rastro de crimes em três regiões do Entorno. As polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal montaram uma força-tarefa para capturá-lo. O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, comentou que as equipes de inteligência e operação do DF e Goiás estão no local para tentar tirá-lo das ruas.

Ele, além de ser psicopata, é da região. É o que nós chamamos de ‘mateiro’, acostumado a se emburacar no mato. Ele deve ter outra motivação psicótica. Está muito focado em seguir na trajetória criminosa. Mas vamos chegar até ele”, disse Miranda.

Lázaro Sousa é suspeito de cometer um quádruplo latrocínio em Ceilândia, no Incra 9, e um quinto em GO, antes da chacina. No último sábado (12), em Cocalzinho de Goiás, ainda baleou mais três pessoas, duas estão em estado grave.

No fim de semana, uma equipe da Polícia Militar chegou a se deparar com o foragido, mas ele trocou tiros com os militares e fugiu para o mato. Agora, os investigadores contam com novas pistas para fechar o cerco contra o assassino em série.

 

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Diferenciado

Um policial ouvido pelo Metrópoles afirmou que Lázaro é um criminoso “diferenciado”. “Ele se esconde no mato. O mato é o ambiente dele. Já trabalhou em Goiás e conhece bem a mata. Funciona sempre no mesmo modus operandi, vai para o mato e, eventualmente, vem à cidade se reabastecer. O cerco no matagal envolve um planejamento complexo e com forte auxílio de cães farejadores”, disse.

Unidades da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), das polícias Militares do DF e de Goiás, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal (PF) se uniram para capturar o suspeito. Desde sábado (12/6), os profissionais, em força-tarefa, atuavam na região de Cocalzinho (GO) para onde Lázaro havia fugido.

Corpo

Lázaro é suspeito de matar Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. Ele ainda sequestrou Cleonice Marques de Andrade, 43 anos, esposa de Cláudio e mãe das outras vítimas. O corpo dela foi encontrado nesse sábado, em um matagal. O cadáver estava sem roupa e com diversos cortes nas nádegas, em uma zona de mata próxima à BR-070.

Nesse domingo, as corporações divulgaram imagens aéreas da atuação do grupo de busca. As forças policiais estavam espalhadas em pontos estratégicos da região e ocuparam 17 fazendas, mobilizando 200 pessoas para as buscas.

Armado

A Polícia Militar do Distrito Federal também detalhou o rastro de violência deixado por Lázaro no sábado. Ele invadiu a fazenda da família de um soldado do 8⁰ BPM, próximo à Lagoa Samuel. Ele fez o caseiro refém, quebrou tudo, bebeu e fumou maconha. Também obrigou o funcionário a consumir a droga.

Segundo a corporação, o soldado chegou à propriedade, no início da noite, chegou até a cancela e, provavelmente, ao abri-la, o homem fugiu, levando o caseiro como refém.

O criminoso seguiu para a fazenda ao lado, a cerca de 700m, e baleou três homens. Havia no local uma mulher e uma criança. Testemunhas informaram que o o suspeito da chacina colocaria fogo na casa e não o fez por causa das vítimas.

 

Chacina

A chacina chocou o Distrito Federal. Os corpos dos familiares assassinados estavam em um quarto – um deles sobre a cama e dois no chão. As vítimas foram encontradas com marcas de tiro e facadas.

Cleonice conseguiu ligar para a família pedindo socorro ao ver que a porta da casa estava sendo arrombada. Eles chegaram rapidamente ao local, 10 minutos depois. No entanto, Cleonice havia sido levada. Cláudio Vidal.

Antes de morrer, Cláudio disse ao cunhado que a esposa havia sido levada por quem invadiu a casa deles: “Age rápido, porque levaram a Cleonice”. A polícia informou que os celulares das vítimas estavam em casa. Porções de dinheiro também foram encontradas.

O corpo de Cleonice foi encontrado no sábado.

Cronologia dos fatos

Quarta-feira, 9 de junho de 2021 – Lázaro Barbosa Souza, 32 anos, invade uma casa no Incra 9, em Ceilândia, durante a madrugada e mata Cláudio Vidal, 48, e os dois filhos, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. Na fuga, ele levou a empresária Cleonice Marques, 43 anos.

Quinta-feira, 10 de junho de 2021 – O suspeito invadiu outra residência, que fica nas proximidades da fazenda onde cometeu a chacina. Ele manteve a proprietária e o caseiro do local reféns por mais de três horas. Lá bebeu, comeu e usou drogas, na frente dos reféns.

Sexta-feira, 11 de junho de 2021 – Lázaro comete o terceiro crime, ainda em Ceilândia. Ele rouba um carro do modelo Fiat Pálio e vai para Cocalzinho (GO). Já no Entorno, ele incendiou o veículo e continuou a fuga.

Sábado, 12 de junho de 2021 – Moradores do Incra 9 formam um grupo de buscas e encontram o corpo de Cleonice Marques às margens do Córrego da Coruja, próximo à casa onde família foi morta. No mesmo dia, Lázaro fez refém outro caseiro refém, em Cocalzinho. Horas depois, invadiu mais uma fazenda e baleou três homens. Dois estão em estado grave. Na ocasião, ele roubou duas armas de fogo. No fim da noite, ateou fogo em uma casa, trocou tiros com a polícia, mas conseguiu escapar.

Domingo, 13 de junho de 2021 -Uma força-tarefa, formada por 200 homens das polícias militar do DF e de Goiás, Polícia Civil de ambas as localidades, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal, continuam à caça de Lázaro. Ele consegue roubar um outro veículo, um Corsa Vermelho. O dono do veículo chegou em casa, sentiu falta do carro e encontrou o local revirado. Lázaro dirigiu por cerca de 30km, quando se deparou com um bloqueio policial. Ele saltou do veículo e entrou, novamente, no matagal, onde continua foragido.

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