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Com início da vacinação, Secretaria de Saúde do DF vai fazer ofensiva contra fake news

Veja três boatos sobre a imunização contra a Covid-19 e seus efeitos. Pasta trabalha para combater desinformação

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
vacina covid
1 de 1 vacina covid - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Desde o começo da pandemia de coronavírus, uma grande quantidade de desinformação sobre a doença causada pelo Sars-Cov-2 deixou entidades ligadas à saúde e especialistas preocupados. Com as primeiras doses da vacina contra a Covid-19 chegando ao DF, a Secretaria de Saúde (SES-DF) vai atuar no combate às fake news.

A pasta tem tomado medidas para fazer com que as pessoas não acreditem em mentiras, como o monitoramento de posts em redes sociais e contestação de boatos da internet. Para isso, criou o selo Saúde Sem Fake News.

A secretaria destaca sua atuação com a agência de divulgação de notícias do Governo do Distrito Federal (GDF) e as entrevistas de especialistas concedidas a veículos de comunicação do DF. Para ajudar no combate à desinformação, veja aqui três boatos ligados às vacinas contra a Covid-19:

1. Vacina muda o DNA

No dia 2 de dezembro, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) publicou em sua conta no Twitter que vacinas trazem “inovações desconhecidas” que poderiam inclusive “mudar o DNA”. A fala da deputada é constantemente replicada nas redes sociais.

Segundo o infectologista Julival Ribeiro, a desinformação de que as vacinas alteram o DNA é grave e não tem nenhuma relação com o verdadeiro intuito da imunização. “Toda vacina, seja a Coronavac, seja da Astrazêneca, seja da BioNTech, todas têm o mesmo princípio”, afirmou.

Segundo o médico, os antídotos levam uma proteína do vírus ao corpo como forma de estimular a resposta imunológica. “O que muda é a tecnologia. A do Butantan usa o vírus desativado, a de Oxford o vetor viral. Tem outras que usam RNA mensageiro”, conta Ribeiro.

“O que temos de explicar é que todas as vacinas que estão no mundo e no Brasil são eficazes e seguras, pode acontecer um ou outro efeito adverso, mas não é algo preocupante, somente uma febre ou dor de cabeça”, disse o especialista.

2. Quem tomou a vacina não está protegido contra a Covid-19

Outro boato constantemente propagado nas redes sociais questiona a eficácia das vacinas contra a Covid-19.

A biomédica Mellanie Fontes-Dutra, coordenadora da Rede Análise Covid-19, membro do grupo Infovid e União Pró-vacinas, explica que casos assim só podem ocorrer no intervalo entre as duas doses necessárias para a imunização contra o coronavírus.

“O que acontece com as vacinas de Covid-19 é que precisam de duas doses. Pode ser que a pessoa tome a primeira dose e volte a circular normalmente, como se o coronavírus não existisse mais. Nesse meio tempo, ela adquire a doença”, afirma.

3. Quem está vacinado não precisa respeitar o distanciamento social

Desde o início da pandemia, a medida mais importante para combater a propagação do vírus foi o distanciamento social. Depois de 10 meses do primeiro caso de Covid-19 no DF, é natural que as pessoas esperem que, com a vacina, seja possível flexibilizar o distanciamento.

No entanto, os especialistas explicam que isso ainda não é possível, mesmo para os vacinados. A infectologista Ana Helena Germoglio do Hospital Águas Claras lembra que a vacina contra a Covid-19 protege contra a doença, mas não contra o vírus.

“Alguém vacinado pode deixar de pegar a doença, mas não deixa de transmitir o vírus. Por isso é importante que o distanciamento continue, mesmo entre os imunizados e o máximo possível de pessoas tomem a vacina”, explicou a médica.

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