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Pare de tocar o rosto! Hábito facilita a entrada do coronavírus

É por meio do contato das mãos com as mucosas que vírus, bactérias e até fungos entram no organismo

atualizado

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Caio Ayres/Metrópoles
Tocar-no-rosto
1 de 1 Tocar-no-rosto - Foto: Caio Ayres/Metrópoles

O ser humano toca o rosto, em média, 23 vezes por hora, de acordo com um estudo feito pela Universidade de New South Wales, na Austrália. Por mania, passamos os dias encostando no nariz, olhos e boca: a mesma pesquisa diz que quase metade dos toques acontece nas mucosas, sendo a maioria na boca.

O hábito é comum e tem relação com o estresse. Quando estamos nervosos, a tendência é colocar as mãos no rosto, segundo um estudo feito pelas universidades de Leipzig e Jena, na Alemanha.

Só humanos e alguns primatas fazem isso sem perceber. A maioria dos animais só toca o rosto para espantar um inseto ou se coçar. Porém, apesar de parecer algo inofensivo, o toque pode trazer problemas, pois o contato entre as mãos sujas e as mucosas é a principal entrada de vírus no organismo.

Lavar as mãos corretamente e higienizá-las com álcool em gel é importante para matar qualquer vírus e bactéria que estavam em superfícies compartilhadas – maçanetas, torneiras e teclados, por exemplo. Mas cada vez que uma superfície contaminada é tocada novamente, e a pessoa leva a mão à boca, nariz ou olhos, micro-organismos entram no corpo.

Além do coronavírus, é possível contrair outras doenças, segundo o infectologista Werciley Junior, chefe da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Santa Lúcia. “Qualquer vírus, como influenza, sarampo, catapora, bactérias como Staphylococcus, Escherichia coli e Bacillus anthracis (que causa antraz) a até alguns fungos, dependendo da imunidade do paciente, podem ser adquiridos por essa via”, explica o médico.

As mucosas até possuem um sistema para se defender da entrada de micro-organismos, mas Werciley conta que a quantidade de vírus, bactérias ou fungos nas mãos é muito maior do que a capacidade do organismo de neutralizá-los. Ele explica ainda que o coronavírus, por exemplo, sobrevive entre 2 e 10 horas fora do corpo, dependendo da temperatura e da umidade. Por isso, é importante higienizar as mãos com frequência.

Tocar no rosto é um meio de transmitir doenças tão comum que a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu em seu rol de medidas de prevenção que se evite o costume.

Outros hábitos que podem trazer doenças são os de compartilhar de talheres e copos, oferecer um pedacinho da sua comida a outra pessoa, comer com as mãos sujas ou cumprimentar pessoas doentes com dois beijinhos.

Mudar esses costumes é complicado, mas o infectologista aposta que, com orientação e treinamento, é possível transformar o hábito cultural. “Só conseguimos trocar um costume depois de duas gerações. As pessoas preferem manter um hábito mecânico a criar um novo modo de fazer as coisas. A nossa cultura latina é rebelde”, diz.

“Porém, são hábitos diários que devem ser tomados independentemente de epidemia. Lave as mãos, evite tocar o rosto, não saia em público quando estiver doente. Essas mudanças não vão transformar a nossa cultura, são pontos de higiene”, conclui.

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