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Se posicionar ou se calar? Dois artistas pediram a opinião de LeoDias

Do alto dos meus 47 anos e 25 de profissão eu já vi muito artista quebrar a cara por conta de política

atualizado

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Evaristo Sa/AFP/Marcos Corrêa/PR
Foto de Lula e Bolsonaro
1 de 1 Foto de Lula e Bolsonaro - Foto: Evaristo Sa/AFP/Marcos Corrêa/PR

Na tarde de quarta-feira (28/9), dois artistas muito conhecidos me ligaram. Achei que era para contar novidades sobre a vida profissional. Surpresa minha é que ambos só queriam a minha opinião sobre o mesmo assunto. Um deles chegou a dizer que estava com um vídeo pronto para publicar nas redes sociais apoiando o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. A outra pretendia mudar toda sua agenda para votar e declarar publicamente sua posição política na hora dos cliques dos fotógrafos. Em comum, ambos os artistas são bem jovens. 

Sei que posso ser muito criticado, mais uma vez, sobre a minha opinião, mas esse sou eu. Vamos lá: do alto dos meus 47 anos e 25 de profissão eu já vi muito artista quebrar a cara por conta de política. Já vi Claudia Raia subir no palanque de Fernando Collor de Mello, meses antes dele ser escorraçado do Palácio do Planalto.  Vi Luciano Huck tendo que apagar muita foto do Instagram ao lado de Aécio Neves. Isso sem falar de Marcelo Serrado e Ronaldo Fenômeno, que querem esquecer o passado ao lado do político mineiro. 

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O Brasil ainda engatinhava na democracia e erros como esses foram, digamos, inevitáveis. Estávamos todos muito ansiosos por mudança. Até mesmo eu, fui para a Avenida Presidente Vargas, no Rio, no movimento conhecido como “os cara pintada”. 

Os cantores que apoiaram políticos nos tais “showmícios” (que hoje é proibido) eu nem condeno tanto. Só Zezé Di Camargo fez 47 shows na campanha de Lula. Business, baby. 

Mas os tempos são outros e a internet está aí, não deixa ninguém esquecer de nada. De 1989, nas primeiras eleições diretas, até hoje deu pra aprender bastante. 

Claudia Raia, pelo visto, aprendeu. Zezé se arrependeu. Luciano, então, nem se fala. 

Ivete Sangalo, certa vez, pressionada por Amaury Júnior, sobre ser isenta na política deu uma bela lição. A baiana disse, na época, que acha que artistas não devem dar suas opiniões em assuntos que não conhecem e que considera tal atitude uma irresponsabilidade. É.

Agora, mais de 30 anos depois, é que Ivete declarou-se a favor da vida, contra armas, num discurso claramente contra o atual governo. Mas não declarou seu voto a favor de ninguém.

Admiro profundamente aqueles que acreditam em uma bandeira e fazem dela, praticamente, a sua vida, como Zé de Abreu. 

Agora, um jovem, que muito pouco sabe sobre a vida, não dá para arriscar uma carreira pública.

Pois bem, aconselhei ao amigo famoso a não publicar o tal vídeo. Seu público não está nem um pouco interessado em discutir política. A função dele é entreter. E se na longa vida que ele terá pela frente descobrir alguém que o represente de verdade, aí sim, levante a sua bandeira.

Para outra celebridade, ainda indecisa sobre a sua viagem, a aconselhei a ficar por onde estava. A chance dela ser atacada por defender um político não se compara a seu silêncio. A hora de ambos ainda vai chegar. Graças a Deus o voto é secreto!

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