O deputado Otoni de Paula, vice-líder do governo na Câmara e alvo do Inquérito dos Atos Antidemocráticos no STF, afirmou que o ministro Alexandre de Moraes está “endemoniado” e é um “câncer”. As declarações foram feitas em discurso no plenário da Câmara na última quarta-feira (18/5).
“Ele [Moraes] se tornou alguém incontrolável. Na minha religião, eu digo que ele está endemoniado. É. Ele se satanizou, esse cara tá incorporado, e ninguém para, ninguém detém”, disse o vice-líder do governo, acrescentando: “Moraes se tornou um câncer, um tumor maligno neste país”.
Além de ter sido alvo de diversas decisões de Moraes no STF, que mantêm suas redes sociais bloqueadas, Otoni é processado pelo ministro na Justiça de São Paulo.
No ano passado, Otoni foi condenado a pagar R$ 70 mil de fiança a Moraes por ter chamado o ministro de “cabeça de ovo”, “esgoto”, entre outras ofensas. Como consequência, em fevereiro deste ano, a conta-salário do parlamentar na Câmara foi bloqueada.
A propósito, Otoni voltou à vice-liderança do governo Bolsonaro na Câmara no mês passado. Em 2020, o bolsonarista havia entregado o cargo justamente por ter xingado Moraes de “lixo”.

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A relação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o presidente Jair Bolsonaro é, de longe, uma das mais tumultuadas do cenário político brasileiroGetty Images

No capítulo mais acalorado, no último 7 de Setembro, o presidente chamou o ministro de “canalha” e ameaçou afastá-lo do cargo Reprodução

O motivo? Moraes expediu ordem de busca e apreensão contra bolsonaristas e bloqueou contas bancárias de entidades suspeitas de financiar atos contra o STFHUGO BARRETO/ Metrópoles

“Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro”, disse o presidente diante de uma multidãoFábio Vieira

Meses antes, em fevereiro, Moraes havia mandado prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), aliado do presidenteAline Massuca

Moraes também é relator de inquéritos em que o presidente e vários de seus aliados aparecem como investigados Daniel Ferreira/Metrópoles

O mais recente é o que investiga Bolsonaro por associar as vacinas contra a Covid-19 com a contração do vírus HIV, causador da aidsMicheal Melo/ Metrópoles

O inquérito motivou o início de mais um round entre os doisMarcelo Camargo/ Metrópoles

“Tudo tem um limite. Eu jogo dentro das quatro linhas, e quem for jogar fora das quatro linhas não vai ter o beneplácito da lei. Se quiser jogar fora das quatro linhas, eu jogo também”, disse o presidenteRafaela Felicciano/Metrópoles