Suzano: 3º menor suspeito é liberado após depor por quase três horas
Formalmente, a Polícia acusa o adolescente de instigação ao crime. O MP não acatou a acusação e liberou o jovem
atualizado
Compartilhar notícia

Enviado especial a Suzano (SP) – O terceiro adolescente supostamente envolvido no massacre do Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, prestou depoimento por cerca de 2h40 no Fórum da cidade e foi liberado pelo Ministério Público.
Formalmente, a Polícia Civil do estado de São Paulo acusa o rapaz, de 17 anos, de instigação ao crime. O MP não acatou a acusação e não apresentou denúncia. Dessa forma, os promotores, nesta sexta-feira (15/3), decidiram deixá-lo em liberdade. O órgão ainda não comentou o caso.
O adolescente chegou por volta das 10h40 no Fórum, onde prestou esclarecimentos até 13h20. Durante todo o tempo, o menino esteve acompanhado da mãe. Eles deixaram o Fórum pela porta dos fundos e não deram declarações.
Inicialmente, a Polícia Civil pediu à Justiça que o menor ficasse apreendido por pelo menos 45 dias. Os investigadores acreditam que ele poderia apresentar riscos à apuração.
Na manhã desta sexta (15), policiais à paisana amanheceram na porta da casa do adolescente. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) expediu mandado de busca e apreensão na residência do menor.
Segundo as investigações do caso, o adolescente teria ajudado os atiradores, Guilherme Taucci Medeiros, 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25, a planejar o ataque. A polícia informa ainda que, no dia do tiroteio, o adolescente não estava na escola palco do crime.
Veja fotos do enterro de Samuel, uma das vítimas:

Samuel tinha 16 anos e estava matriculado havia pouco mais de três meses no Colégio Raul Brasil, palco central da chacina em Suzano (SP) Reprodução

Enterro de Samuel foi um dos mais lotados no primeiro dia de sepultamentos das vítimas Rafaela Felicciano/Metrópoles

Durante o sepultamento, o pai segurava um brinquedo de Samuca Rafaela Felicciano/Metrópoles

Muitos moradores seguravam flores brancas durante enterros de jovens estudantes: comunidade pede paz Rafaela Felicciano/Metrópoles

Segundo o pai de Samuel, embora muito abalada, a família dispensou apoio psicológico e está se fortalecendo na fé e em amigos Rafaela Felicciano/Metrópoles

Cemitério Municipal São Sebastião recebeu os corpos de quatro estudantes e uma professora da escola Raul Brasil no dia seguinte ao crime Rafaela Felicciano/Metrópoles
Veja fotos dos sepultamentos e velórios dessa quinta (14/3):

Velório de vítimas do ataque em escola de Suzano RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

Velório dos mortos na escola em Suzano RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

Caixão sendo enterrado em Suzano RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

Sepultamento de vítima do massacre de Suzano RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

ANANDA MIGLIANO/O FOTOGRAFICO/ESTADAO CONTEUDO

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles
Crime e polícia
Segundo as autoridades locais, a chegada da polícia na cena do massacre evitou que os criminosos matassem e ferissem mais gente (23 pessoas foram atendidas em hospitais da região). As investigações apontam que a dupla criminosa planejou o massacre durante um ano.
Imagens captadas por câmeras de segurança da rua onde fica a escola e da entrada da unidade de ensino mostram os criminosos chegando ao local e o ataque às vítimas. Após Guilherme Taucci Medeiros atirar contra alunos e funcionários, Luiz Henrique de Castro atingia com golpes de machado quem já estava no chão.
Quem eram
Os dois responsáveis pelo massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), eram ex-alunos do colégio e usaram armas atípicas para atacar estudantes e funcionários. O crime aconteceu no horário do intervalo, por volta de 9h30, quando os alunos estavam fora das salas. Dez pessoas morreram – incluindo os autores e o tio de um deles, que não estava no colégio).
Os criminosos foram identificados como Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25. O aniversário de Luiz Henrique seria no próximo dia 16, quando ele faria 26 anos. Já Monteiro atingiria a maioridade no dia 5 de julho.
O veículo que foi utilizado no massacre foi roubado da concessionária do tio de Guilherme morto antes de os assassinos irem ao colégio. Tanto o comerciante quanto a dupla de executores foram sepultados nessa quinta (14), em cerimônias reservadas e acompanhadas por poucos familiares.
Veja imagens do massacre em Suzano:

Além dos 10 mortos, muitos alunos e funcionários ficaram feridos WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO

WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO

FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO

Werther Santana/Estadão Conteúdo

Reprodução/Redes Sociais

Reprodução / TV Record

Reprodução / TV Record

Reprodução / TV Record


Reprodução / WhatsApp
Relatos
Sobreviventes contaram ao Metrópoles terem passado ao lado de corpos de amigos para escaparem da fúria dos criminosos. Um estudante chegou ao hospital mais próximo ainda com o machado usado por Luiz Henrique cravado no ombro. A notícia de que havia algo errado na escola, onde boa parte da população estudou ou tem algum conhecido matriculado, se espalhou rapidamente. Desesperados,familiares também correram para o colégio à procura de suas crianças.
Apelos pela paz
Antes mesmo da divulgação de que outras pessoas poderiam estar envolvidas no crime e circulando pela cidade, o medo de novos ataques já dominava os moradores de Suzano. A comunidade tem se unido em oração – antes dos velórios e sepultamentos, participaram de missa e vigília em frente à Escola Estadual Raul Brasil. Lá deixaram flores, velas e mensagens em honra aos mortos e feridos na tragédia.
