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Russomanno muda de ideia, mas crítica ao Uber em 2016 assombra nova disputa

Candidato a prefeito de SP usa horário eleitoral para combater boatos e ganha direito de resposta em propaganda de Bruno Covas

atualizado

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Fábio Vieira/Especial Metrópoles
olhos de russomanno
1 de 1 olhos de russomanno - Foto: Fábio Vieira/Especial Metrópoles

São Paulo – Enfrentando uma tendência de queda nas intenções de voto na corrida à prefeitura de São Paulo, o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos) está precisando concentrar sua campanha no combate a fantasmas do passado. Nesta terça-feira (27/10), o candidato, que disputa o primeiro lugar nas pesquisas com o tucano Bruno Covas, usou seu horário obrigatório no rádio e na TV, além das redes sociais, para dizer que não é contra os aplicativos de transporte como o Uber e que conta com o apoio do sindicato da categoria.

“Gente, eu sou a favor do Uber. Quem disser o contrário é fake news, é mentira”, garantiu Russomanno em todas as mídias.

O candidato se reuniu há duas semanas com representantes da categoria, num esforço para convencer os eleitores de que mudou de posição em relação a 2016, quando também concorria à prefeitura e tratou o serviço como ilegal. As declarações da época são exploradas agora, levando Russomanno para uma posição defensiva na campanha.

Veja a peça:

Candidato a prefeito de São Paulo pela terceira vez, Russomanno vinha liderando as pesquisas desde a pré-campanha, mas foi ultrapassado por Bruno Covas dentro da margem de erro segundo pesquisa do instituto Datafolha divulgada na quinta-feira (22/10). Apesar do empate técnico, Covas agora tem 23%, contra 20% do adversário. Com 14%, Guilherme Boulos (PSol) também incomoda Russomanno.

Nas campanhas passadas, declarações incômodas – como as críticas ao Uber – ajudaram a derrubar seu apoio inicial, movimento que a campanha tenta evitar desta vez.

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Direito de resposta

Na defensiva em seu horário eleitoral, Russomanno partiu para o ataque em um direito de resposta que ganhou na propaganda de Bruno Covas.

“Estou aqui no espaço do Bruno Covas exercendo direito de resposta. O Bruno tem insistido no conceito força, foco e fé, mas esqueceu-se do quarto F, de foi-se. Foi-se a renda, foi-se o emprego, foi-se a empresa, foi-se até a esperança. E agora, Bruno, também foi-se a verdade. Por isso que você está sendo punido pela Justiça”, disse Russomanno no horário do adversário.

“Você disse em seu programa que eu afirmei que pobre não pega Covid porque não toma banho. Não é verdade, Bruno”, reclamou Russomanno.

A polêmica dos moradores de rua é de 2020, mas Russomanno não chegou a fazer essa relação direta. O candidato disse que os moradores de rua “talvez tenham mais resistência” porque, apesar de não tomarem banho com frequência segundo ele, não são mais acometidos pelo coronavírus do que a população em geral.

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