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Fux derruba autorização para Lula dar entrevista da prisão

Decisão do ministro vale até o julgamento do caso pelo plenário da Suprema Corte, que poderá referendar ou não seu posicionamento

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Luiz Fux
1 de 1 Luiz Fux - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, decidiu na noite desta sexta-feira (28/9) suspender a autorização para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conceda entrevista a jornalistas mesmo preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR). A permissão havia sido dada mais cedo pelo ministro Ricardo Lewandowski, também do STF.

A decisão de Fux vale até o julgamento do caso pelo plenário da Suprema Corte, que poderá referendar ou não o posicionamento do ministro. Ainda não há previsão de quando o processo será apreciado pelos 11 integrantes do Supremo.

“Defiro a liminar, ad referendum do plenário, com fulcro no art. 4º da Lei nº 8.437/92, para suspender (…) os efeitos da decisão proferida nos autos da Reclamação n.º 32.035, até que o colegiado aprecie a matéria de forma definitiva. Por conseguinte, determino que o requerido Luiz Inácio Lula da Silva se abstenha de realizar entrevista ou declaração a qualquer meio de comunicação, seja a imprensa ou outro veículo destinado à transmissão de informação para o público em geral”, determinou Fux.

“Determino, ainda, caso qualquer entrevista ou declaração já tenha sido realizada por parte do aludido requerido, a proibição da divulgação do seu conteúdo por qualquer forma, sob pena da configuração de crime de desobediência (art. 536, § 3º, do novo Código de Processo Civil e art. 330 do Código Penal)”, completou o ministro.

O petista está preso na Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba, após ser condenado a 12 anos de 1 mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex do Guarujá (SP).

Afronta
A determinação de Fux atende a pedido do Partido Novo, que pediu que Lula não fosse autorizado a dar entrevistas antes das eleições. A sigla alega que a decisão de Lewandowski afronta o princípio republicano e a legitimidade do pleito.

“Não se pretende com a presente ação impor qualquer tipo de censura. Muito longe disso, o que se pretende é que a entrevista não seja realizada antes das eleições. Não se trata apenas do fato de que ele está em cárcere. Outras entrevistas já se deram em cárcere”, sustentou o partido Novo.

O partido alegou que faltam menos de 10 dias para o primeiro turno, Lula tentou concorrer à Presidência da República e a coligação O Povo Feliz de Novo insistiu por muito tempo em apresentá-lo como se fosse candidato ao Palácio do Planalto. Assim, permitir entrevistas ao ex-presidente antes do pleito poderia tumultuar o processo eleitoral.

Pela manhã, o ministro Ricardo Lewandowski havia autorizado Lula a conceder entrevista à colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo. Após a decisão, os integrantes da Lava Jato solicitaram autorização para organizar uma coletiva do ex-presidente.

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