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“Cadê o Queiroz?”, questiona cacique Raoni em evento na Amazônia

Líder indígena que foi citado pelo presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU resolveu provocá-lo mais uma vez

atualizado

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Letícia Leite/ISA
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1 de 1 Raoni1 - Foto: Letícia Leite/ISA

Eleito pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) como um de seus principais antagonistas, o cacique Raoni Metuktire, liderança indígena de 89 anos da etnia caiapó, não tem evitado responder ao chefe do Executivo federal. Em entrevista após participar de evento em Altamira (PA) nesta segunda-feira (18/11/2019), Raoni invocou uma provocação comum aos opositores de Bolsonaro, o travamento da investigação sobre Fabrício Queiroz, ex-chefe de gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e ex-funcionário do próprio presidente. “Eu quero saber onde está o amigo do Bolsonaro. Cadê o Queiroz?”, questionou o líder indígena.

A provocação veio após uma pergunta sobre a relação de Raoni com o cantor britânico Sting. “Ele está bem, está me apoiando. Os meus amigos eu sei onde estão”, disse o cacique, antes de provocar Bolsonaro, a quem também já chamou de “mentiroso e doido“.

Disputa
Crítico contumaz de Raoni, Bolsonaro citou o cacique até em seu discurso na Assembleia Geral da ONU deste ano, para a qual levou uma indígena, a youtuber Ysani Kalapalo, para fazer uma espécie de contraponto ao cacique. “Alguns países, chefes de Estado, pegaram o Raoni, cooptaram o Raoni“, criticou Bolsonaro. “Raoni fala pela aldeia dele, fala como cidadão, não fala por todos os índios. É outro que vive tomando champanhe em outros países por aí, esse tal de Raoni”, já disse o chefe do Executivo federal, em outra ocasião.

Mais polêmica
Raoni discursou em Altamira em um evento chamado Amazônia Centro Do Mundo, que reúne lideranças indígenas, movimentos sociais, ativistas e cientistas para debater a relação entre o homem e a floresta.

Mais cedo, um grupo de pessoas lideradas por um antropólogo chamado Edward Luz, ligado a entidades ruralistas e que não tem boa relação com o restante da comunidade científica brasileira, tentou protestar contra o cacique Raoni no evento, que ocorre em um prédio do campus de Altamira da Universidade Federal do Pará.

Apesar de postagens nas redes sociais mostrando parte da confusão terem viralizado ao longo do dia, a organização do evento informou que o ocorrido foi resolvido rapidamente e não interferiu na participação de Raoni.

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