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Análise: violência policial sofre derrotas no Congresso e em SP

Em sintonia com a maioria da população, Câmara rejeita excludente de ilicitude e Doria decide reavaliar protocolo de atuação da PM

atualizado

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Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
PM esplanada – greve geral
1 de 1 PM esplanada – greve geral - Foto: Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A onda de mortes de inocentes provocadas por ações policiais acendeu um alerta entre os políticos. Pesaram nesse sentido as imagens com cenas ultrajantes da invasão no dia 1º de dezembro da favela Paraisópolis, em São Paulo, por forças de segurança.

Dois movimentos nesta semana mostram que a tentativa de facilitar a violência dos agentes de segurança enfrenta resistência significativa em autoridades que dependem do voto dos brasileiros. Nessa quarta-feira (04/12/2019), o plenário da Câmara rejeitou a norma excludente de ilicitude – apelidada de “licença para matar”.

O principal derrotado nessa votação foi o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, autor do pacote anticrime que inclui a regra recusada pela Câmara. Assim, o ex-juiz de Curitiba percebeu que seu discurso em defesa da repressão tem limites no Congresso.

Outro sinal do desgaste da polícia partiu do governador de São Paulo, João Doria (PSDB). No início, o tucano fez uma defesa enfática da Polícia Militar. Essa postura, no entanto, foi revista na quinta-feira (05/12/2019) com o anúncio de reavaliação do protocolo de atuação da PM.

Dória mudou de atitude depois de ver os vídeos em que policiais cometem violência gratuita contra os jovens de Paraisópolis. Nas mesmas imagens, não apareceu uma única pessoa da favela com arma na mão, muito menos os motoqueiros que teriam atirado contra a polícia, segundo as primeiras explicações oficiais. A versão da PM ficou sob suspeita.

Desses episódios, pode-se concluir que os políticos não estão dispostos a brigar com a opinião pública nessa área. Pesquisa Datafolha de abril aponta que 81% da população se posiciona contra operações que possam levar à morte de inocentes.

Esse é o caso das nove mortes em Paraisópolis e, também, de outros casos de grande repercussão, como a menina Ágatha Félix e o músico Evaldo dos Santos, mortos por erros da polícia do Rio de Janeiro e do Exército.

Nesse contexto, por mais que seguidores de Moro e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) queiram liberar a repressão, a maioria do povo não quer. Ao que parece, nem os políticos.

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