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Análise: ruim de voto, Maia se firma como contraponto a Bolsonaro

No Brasil e no exterior, o presidente da Câmara dos Deputados faz movimentos com evidentes intenções de se antepor ao chefe do Executivo

atualizado

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Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
Bolsonaro apresenta Projeto de lei para mudança na carteira de motorista
1 de 1 Bolsonaro apresenta Projeto de lei para mudança na carteira de motorista - Foto: Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Virou rotina. A cada declaração ou gesto tresloucado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), vem uma resposta de outro poder.

A voz antagônica aos arroubos do capitão ecoa do Legislativo. Desde o início do ano, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se firmou como um contraponto a Bolsonaro.

Dois episódios dos últimos dias ilustram bem essa situação. Nessa quinta-feira (12/12/2019), o democrata voltou a chicotear o titular do Planalto.

Maia atravessou o Atlântico, segundo ele próprio, para “suavizar” a imagem do Brasil no exterior. Em Genebra, na Suíça, o parlamentar se posicionou contra a política externa de Bolsonaro.

Tratou, especificamente, da desastrada tentativa do chefe do Executivo de se aproximar do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O Brasil cedeu em vários pontos para os EUA, mas não obteve reciprocidade.

“Ninguém podia imaginar da parte do presidente americano posições concretas em defesa de uma relação com o Brasil. Não me pareceu uma coisa provável”, afirmou.

O outro exemplo ocorreu uma semana antes. No dia 5 de dezembro, o congressista esteve em Buenos Aires e se encontrou com Alberto Fernández, que ainda não assumira a Presidência da Argentina.

Foi um evidente movimento para se contrapor à descortesia de Bolsonaro, que não foi à posse por birra ideológica. Ponto para Maia.

Esses casos no exterior se somam a outros movimentos, no mesmo sentido, feitos no Congresso. Por exemplo, quando o deputado Eduardo Bolsonaro falou em AI-5. Ou ainda, sobre o pacote anticrime.

Quando se comporta dessa maneira, Maia parece até ter intenção de suceder Bolsonaro. Nesse contexto, porém, falta-lhe algo essencial: voto.

Popularidade nunca foi o forte dele. Na última eleição, teve 74 mil votos, o que lhe rendeu a 13ª posição entre os escolhidos no Rio de Janeiro. Esse desempenho, evidentemente, desanima qualquer postulante ao Planalto.

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