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Nome olavista para a Saúde é armamentista, anti-isolamento e pró-cloroquina

Médico Italo Marsili é defendido por ala ideológica do bolsonarismo e está alinhado. Para ele, ação de Moro “não é coisa de sujeito homem”

atualizado

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O Brasil inicia esta terça-feira (19/05) como 3º país com mais casos confirmados de coronavírus no mundo (254 mil) e com 16.792 mortes de pacientes com a doença, mas, para o médico Italo Marsili, de 34 anos, candidato de bolsonaristas da ala olavista para o Ministério da Saúde, a questão sobre a qual o país precisa se debruçar neste momento é saber “quem mandou matar Jair Bolsonaro“.

Ligado ao guru Olavo de Carvalho a ponto de citar em seu currículo acadêmico que morou com o escritor nos Estados Unidos entre 2007 e 2008, Marsili não nega o interesse em ser ministro e veio a Brasília tentar falar com Bolsonaro. Ele falou sobre sua preocupação com o atentado contra Bolsonaro em conversa virtual com o filho do presidente e deputado federal Eduardo (PSL-SP) no último dia 30 de abril.

O vídeo foi postado nas redes sociais do médico, que diz ser psiquiatra, mas não tem registro profissional da especialidade. Nessas redes ele cultiva mais de um milhão de seguidores e divulga um programa de desenvolvimento pessoal chamado “Guerrilha Way”, que são técnicas contra o “vitimismo”.

E uma possibilidade que precisa ser considerada na investigação da facada contra Bolsonaro, para Marsili, é uma conexão de Adelio Bispo com o ex-deputado federal Jean Wyllys, uma possibilidade que jamais foi considerada em investigações oficiais, mas sobrevive em canais de notícias falsas.

No mesmo vídeo, quando seu nome ainda não era cotado oficialmente para o cargo ainda ocupado por Nelson Teich, Marsili se alinha completamente a outras teses bolsonaristas e critica o ministro Alexandre de Moraes, do STF, a deputada federal Joice Hasselmann, o globalismo e o ex-ministro Sergio Moro.

“Como analista de comportamento, posso dizer: o que o Sergio Moro fez não é coisa de sujeito homem”, diz ele, aos 42 minutos e 20 segundo do vídeo abaixo.

Marsili completa o pacote conservador com posições contra o aborto e pró-armas. No vídeo com Eduardo Bolsonaro, o médico concorda com o filho do presidente que o Brasil é um país armamentista.

Em outro vídeo, com o influenciador pró-armamento Bene Barbosa, gravado no último dia 27 de abril, o médico fala com paixão sobre a experiência de jovens soldados com armas quando servem às Forças Armadas. “A arma de fogo amadurece o homem”, filosofa ele. Veja o arquivo completo:

O que pensa Marsili sobre o coronavírus?
Sobre a crise que tira a vida de centenas de brasileiros por dia, a análise do candidato olavista ao Ministério da Saúde é bem próxima ao que quer Bolsonaro. Em conversa com a jornalista Leda Nagle no último dia 13 de maio, quando o Brasil já registrava mais de 13 mil mortes, ele disse que os problemas psicológicos que estão sendo causados pela quarentena são a parte mais grave.

“O vírus não respeita quarentena”, afirmou Marsili, repetindo tese de um concorrente ao cargo, o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS). Ele também chamou de “ditatoriais” as medidas de isolamento impostas por prefeitos e governadores e criticadas por Bolsonaro.

O médico também acredita no uso da cloroquina como remédio de uso amplo para a Covid-19, apesar de não haver estudos que comprovem a eficácia da droga, que tem efeitos colaterais como o aumento dos riscos cardíacos.

“A cloroquina é um ótimo remédio. Barato, efeito colateral baixíssimo e é o que temos pra hoje. É um negócio bom, mas parece que a mente das pessoas fica burra porque é o remédio do Trump, do Bolsonaro”, reclamou.

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Outras posições polêmicas de Marsili estão sendo bastante criticadas nas redes sociais desde que seu nome foi lançado candidato pelos olavistas, incluindo alguns parlamentares, no último fim de semana.

Em uma transmissão de 2 de maio, por exemplo, ele soltou uma ideia que só pode ser classificada como o mais puro machismo:

“Quando Platão falava sobre democracia… Mulheres que estão aqui com a gente. Ofendam-se, porque é isso que vocês são. Na única democracia no mundo que funcionou, que foi a democracia grega, não estava previsto o voto feminino, ok? O fato observável é que quando o voto passa a ser pleno, ou seja, as mulheres e todo mundo podem votar, a gente vê que tem uma crise na regência do Estado. Porque é óbvio, é muito fácil você convencer uma mulher de votar. É só você seduzi-la”.

O nome dos 300
Para completar o currículo “ideológico” de Italo Marsili como candidato a ministro da Saúde, ele é o nome defendido pela ativista Sara Winter, coordenadora do acampamento “300 do Brasil”, que se formou em Brasília para apoiar Bolsonaro e pressionar os outros Poderes da República com táticas de inspiração militar.

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