metropoles.com

Gilmar: Temos de reformular as instituições brasileiras

Na avaliação do ministro do STF, o país tem de discutir “erros institucionais graves”

atualizado

Compartilhar notícia

EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO
Congressos. Seminários. Palestras
1 de 1 Congressos. Seminários. Palestras - Foto: EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta sexta-feira (9/3), durante seminário de 25 anos da Advocacia-Geral da União (AGU), a reformulação das instituições brasileiras. “É evidente que estamos vivendo problemas estruturais decorrentes de hiperpoderes dados a algumas instituições”, disse.

O ministro participou do painel “AGU: Passado, Presente e Perspectivas para o Futuro”. Junto a ele estavam o colega de Corte, ministro Dias Toffoli, e os ex-Advogados-Gerais da União Luís Inácio Adams e José Eduardo Cardozo.

Em sua avaliação, o país tem de discutir “erros institucionais graves”. “Por exemplo, esse modelo de autonomia administrativa e financeira, que é insuportável, e claro que não tem nada a ver com o principio de legalidade. Porque a instituição baixa uma portaria com seus vencimentos e manda o Tesouro pagar. Vamos ter que rediscutir isso. Os limites do poder de cada uma. E o abuso de autoridade, que hoje é muito frequente”, disse.

Como exemplo, citou a suposta obstrução à Lava Jato, pelos senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Romero Jucá (MDB-RR) e pelo ex-presidente José Sarney (MDB-MA) com base em áudios gravados pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em conversa com os emedebistas.

“Uma conversa desse tipo enseja um pedido de prisão dos três. A Polícia Federal pediu o arquivamento e a PGR concordou. Alguma coisa está errada.”

O ministro também citou a morte do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier de Olivo, que, de acordo com a narrativa das autoridades, havia participado de uma fraude de R$ 80 milhões. O valor, na realidade, era o total de repasses do Ministério da Educação para o programa de ensino a distância ao longo de dez anos, 2005 a 2015, quando Cancellier não era o reitor.

“Isso é um país do Carnaval. E tudo tem a ver com essa coisa de autonomia administrativa e financeira. Imagina a Polícia Federal com autonomia administrativa e financeira. Iriam congelar salários, fazer o diabo”, declarou. “É chocante e as pessoas não estão vendo. Tem coisa que vamos ter de consertar mesmo e dizer ‘aqui não dá’. Mas é muito difícil porque os abusos são populares. Qualquer discussão, dizem que se está introduzindo a censura”, concluiu.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?