Aliada do presidente Jair Bolsonaro (PL), a presidente da Hungria, Katalin Novák, parabenizou, nesta segunda-feira (31/10), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela vitória nas urnas no último domingo (30/10). Pelas redes sociais, a líder conservadora escreveu:
“É uma situação difícil deixar o gabinete para trás em uma corrida tão acirrada. Desejo tudo de bom e sucesso ao novo presidente eleito!”.
It’s a tough situation to leave the office behind in such a close race. I wish all the best and success to the new 🇧🇷 President-elect!
— Katalin Novák (@KatalinNovakMP) October 31, 2022
A postagem dela foi feita antes mesmo de Bolsonaro reconhecer o resultado das urnas. O atual presidente segue em silêncio após mais de 20 horas da proclamação do resultado oficial.
Novák esteve em Brasília recentemente, em julho, meses após assumir a presidência da Hungria. A visita ao Brasil, às vésperas da campanha eleitoral, foi encarada como uma sinalização de apoio ao presidente brasileiro. A presidente húngara compartilha com Bolsonaro agenda conservadora nos costumes, sendo, por exemplo, contrária ao aborto.
Proximidade com a Hungria
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, é um dos mais próximos aliados internacionais do presidente Bolsonaro, com quem divide grande identificação ideológica na defesa de pautas da extrema-direita. Em fevereiro, poucos dias antes da crise no Leste Europeu desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, Bolsonaro foi à Hungria e se encontrou com autoridades daquele país.
Quando Bolsonaro visitou o país europeu, a atual presidente ainda não estava no poder. A Hungria é uma república parlamentar na qual o presidente é eleito pelo Parlamento a cada quatro anos e tem funções principalmente de representação. É ele quem nomeia o primeiro-ministro, que, por sua vez, escolhe os membros do governo.
O país europeu tem vivido sob o temor de desestabilização democrática desde o início do primeiro mandato de Orbán – ele acaba de ser reeleito –, devido a uma série de medidas do primeiro-ministro, como cerceamento à liberdade de imprensa e pressão sobre o Judiciário local.