metropoles.com

Eduardo Cunha alega suspeição de Moro e quer anular condenações

A intenção é aproveitar a decisão que anulou os processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

atualizado

Compartilhar notícia

Daniel Ferreira/Metrópoles
Eduardo Cunha
1 de 1 Eduardo Cunha - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A defesa do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, entrou com pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) alegando suspeição do ex-juiz Sérgio Moro na Lava Jato. A intenção é aproveitar a decisão que anulou os processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que o ex-parlamentar também seja beneficiado.

Cunha foi condenado a 14 anos e 5 meses por suposta corrupção na aquisição de direitos de exploração de petróleo em Benin, na África, pela Petrobras. A intenção também é anular uma segunda pena, de 15 anos e 11 meses de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por recebimento de propina em contratos de fornecimento de 2 navios-sondas.

Atualmente, ele cumpre pena em regime domiciliar.

Para os advogados de Cunha, mensagens apreendidas na Operação Spoofing e tornadas públicas demonstram suposto conluio de Moro e a força-tarefa da Lava Jato contra o ex-presidente da Câmara. O pedido é recheado de trechos captados e vazados.

Em um deles, Moro se manifesta contra uma suposta delação de Cunha um ano depois, em mensagem enviada ao procurador Deltan Dallagnol, que chefiava a força-tarefa.

“Rumores de delação do Cunha… Espero que não procedam”, escreveu o então juiz. “Só Rumores. Não procedem. Cá entre nós, a primeira reunião com o advogado para receber anexos (nem sabemos o que virá) acontecerá na próxima terça. […] Sempre que quiser, vou te colocando a par”, respondeu Deltan. Moro reiterou: “Sou contra, como sabe”.

A petição ainda argumenta que Moro agiu com parcialidade, ao decretar sua prisão preventiva; rejeitar provas e ouvir testemunhas que indicou no processo; negar sua liberdade provisória; publicar artigo em que se refere a ele como “preso ilustre”; e ao transferi-lo para o Complexo Médico Penal de Curitiba.

Compartilhar notícia