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Sem máscara, Bolsonaro desafia a lei em mais um passeio de motos

Seis mil policiais militares cuidarão da segurança, em São Paulo, de mais um ato de campanha do presidente candidato à reeleição

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Jair Bolsonaro Moto
1 de 1 Jair Bolsonaro Moto - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro sabia ou não que só governadores e prefeitos podem dispensar o uso de máscaras contra a Covid-19? Sabia. O Supremo Tribunal Federal já decidiu que seria assim. Lei aprovada pelo Congresso tornou obrigatório o uso de máscara em locais públicos e privados de ampla circulação de pessoas.

Então, por que, diabos, ele disse em discurso no Palácio do Planalto que encomendou um parecer ao ministro da Saúde para dispensar o uso de máscara por quem já tivesse contraído a doença ou sido vacinado? Ora, primeiro, para criar tumulto, uma especialidade sua. Segundo, para satisfazer seus devotos.

Bolsonarista não usa máscara, como o próprio presidente faz questão de mostrar sempre que pode. Bolsonarista, macho ou fêmea, é corajoso e não tem frescura. Máscara e vacina são coisas para gente fraca. Sabe disso, por exemplo, o general Luiz Eduardo Ramos, chefe da Casa Civil, que se vacinou às escondidas.

Também sabe disso quase uma centena ou mais de funcionários do Palácio do Planalto que acabaram vítimas do vírus. Alguns morreram. Bolsonaro desfilou sem máscara montado numa moto e acompanhado por milhares de motociclistas no Rio. Hoje, em São Paulo, fará o mesmo e poderá ser multado.

Com máscara, ontem, em Vitória, ele entrou de surpresa num voo comercial. Esperava ser aclamado pelos passageiros. Pela maior parte deles, não foi. Uma parcela gritou: “Mito, mito, mito”. Outra, “Fora, Bolsonaro”, “Genocida, genocida “. Aos que o hostilizaram, ele disse que mereciam viajar em jegues, não em um avião.

Faz parte do show dele, um presidente candidato à reeleição que antecipou a campanha só para desfrutar dos benefícios do cargo e impedir o surgimento de nomes à direita capazes de competir com ele pelos mesmos votos. Para o passeio de hoje, em São Paulo, 6 mil policiais militares garantirão sua segurança.

A Caixa Econômica Federal, na próxima semana, lançará um programa nacional de compra da casa própria em condições especiais para policiais e bombeiros. É Bolsonaro investindo dinheiro público em sua base eleitoral. Como fez com a versão da reforma da Previdência exclusiva para os militares.

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