Denúncias de venda de candidaturas e favores sexuais balançam “Bolsonaro argentino”
Caso é chamado de “franquia política” de Javier Milei
atualizado
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Mila Zurbriggen, ex-presidente do “Geração Libertária”, grupo de jovens ligado ao partido de extrema-direita “A Liberdade Avança”, denunciou à Justiça argentina o líder da legenda, o candidato à Presidência Javier Milei, pela venda de candidaturas nas eleições. Ela também afirmou que as candidaturas de mulheres eram aceitas por “razões estéticas” e após favores sexuais.
Zurbriggen confirmou as declarações feitas em suas redes sociais em fevereiro passado, quando tornou pública suas denúncias e deixou a legenda. Após sofrer ameaças, ela está sob proteção da Justiça.
Zurbriggen disse ao tribunal que ouviu o aliado Carlos Kikuchi garantir que a candidatura de Ricardo Bussi a governador de Tucumán ocorreu porque ele colocou dinheiro na campanha. Segundo o jornal Clarín, a ex-líder de extrema direita ficou “impressionada” como “pseudo-acompanhantes ou garotas que trabalhavam com a sua sexualidade estavam em posições relevantes no partido”.
A denúncia é mais uma do caso que está sendo chamado de “franquia política” de Milei. O advogado Carlos Maslatón confirmou perante a justiça as alegações de pedidos de dinheiro em troca de candidaturas. Ele disse que havia ouviu “de diferentes lugares, de pessoas que não se conhecem”, pedidos de dinheiro em troca de vagas nas listas. “Estou começando a entender que há uma seleção de candidatos com base no dinheiro que eles podem contribuir”, disse
Como resposta a essa denúncias, o “A Liberdade Avança” apresentou esta terça-feira um documento coletivo assinado por mais de 100 candidatos na província de Buenos Aires, no qual afirmam que “nunca” foi pedido dinheiro e pedem que “o caso seja arquivado”.
Até o momento, pesquisas não indicaram a percepção da população sobre o caso. Mas como Milei é o candidato “contra tudo o que está aí”, seus partidários mais devotos deverão segui-lo.