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Vizinho sobre mulher morta pelo ex: “Parecia um casal perfeito”

Em processo de separação, Atevaldo Sobral matou Fátima Lisboa no Núcleo Bandeirante e suicidou-se em casa, no Riacho Fundo

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1 de 1 WhatsApp-Image-2020-01-21-at-16.04.05 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Os vizinhos de Atevaldo Sobral Santos, 41, principal suspeito de matar Fátima Lisboa, 31, e se suicidar, dizem não acreditar no trágico episódio. O feminicídio ocorreu no Núcleo Bandeirante. Morador do Conjunto 1 da QS 16 do Riacho Fundo I há décadas, ele sempre teria se mostrado uma pessoa tranquila.

A dona de casa Sandra dos Santos, 34, por exemplo, diz que não tinha muito contato com o feminicida, mas o via andando na rua com frequência. “Aparentemente, era uma pessoa tranquila. Ele e a mulher passeavam aqui e parecia um casal perfeito”, comenta.

Ela conta que sempre via os filhos dele brincando na rua e nunca imaginou que o homem seria capaz de cometer um crime tão bárbaro. “Fomos pegos de surpresa. A gente não esperava algo assim”.

Outro vizinho que preferiu não se identificar conhecia Atevaldo há anos e nunca notou qualquer comportamento agressivo nele. “Era amigo da minha família e, por sinal, muito educado e gentil”, recorda-se.

Não apenas a notícia de que ele matou a mulher chamou a atenção, como a própria separação. “Eles estavam numa boa. Até há pouco tempo mesmo a gente via os dois juntos aqui”, relata.

Perícia

Durante a tarde desta terça-feira (21/01/2020), peritos do Instituto de Criminalistíca da Polícia Civil do DF estiveram na residência de Atevaldo. O veículo do suspeito, um Fiat Punto vermelho, também passou por análise. O procedimento foi acompanhado de perto pelo filho do acusado e outros familiares. Todos se recusaram a falar com a imprensa.

O crime

Amigos que se preocuparam com a ausência de notícias do casal decidiram ir ao apartamento, no Edifício Tupi, na Avenida do Contorno do Núcleo Bandeirante. Quando conseguiram entrar no imóvel, se depararam com a cena dantesca. A mulher estava caída ao lado da mesa de jantar da copa

Ela teria sido assassinada com um martelo de bater carne, informação ainda não confirmada pela PCDF.

Em seu perfil no Facebook, Fátima se identificava como empreendedora na empresa Ltbijoias. Pessoas próximas disseram que ela trabalhava como autônoma.

A vítima tinha três filhos, sendo duas meninas de 10 e 14 anos, do casamento com o empresário Anderson da Silva Santos, 40. “Ficamos juntos por uns quatro anos. Ela era uma pessoa explosiva”, disse o ex-marido, que estava no prédio onde ocorreu o crime na manhã desta terça-feira.

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De acordo com o delegado Bernardo de Melo, da 11ª DP, está confirmada a morte violenta. O investigador não deu detalhe sobre o feminicídio. “Vamos seguir o mesmo protocolo d0 caso da Candangolândia. Estamos apurando tudo para saber as circunstâncias do crime”, pontua.

Segundo o policial, o assassinato ocorreu entre 11h e 13h de segunda-feira (20/01/2020).

Outros casos

Se confirmado, este será o quarto feminicídio do ano no Distrito Federal. Uma das vítimas é Rute Paulina da Silva, 42 anos, assassinada em Samambaia, no dia 14 de janeiro. A mulher descrita por vizinhos como tranquila e religiosa foi morta pelo companheiro, que está preso.

O corpo de Rute foi encontrado na Quadra 321 de Samambaia Sul, com a marca de uma facada no pescoço. Ela deixou dois filhos – de 7 e 2 anos. Uma das crianças chegou a dizer que viu o pai esfaqueando a mãe deles.

primeiro feminicídio de 2020 é o de Larissa Francisco Maciel, 21, na Candangolândia. O suspeito é um jovem de 20 anos, que é casado e mantinha um relacionamento extraconjugal com a vítima.

A diarista foi morta na madrugada de 6 de janeiro, após uma festa em um posto de gasolina. O corpo dela foi achado nu, no altar da Igreja Evangélica Tenda da Libertação. O assassino foi preso no dia 15 de janeiro.

O outro caso é o de Gabrielly Miranda, 18, morta pelo namorado, Leonardo Pereira, também no dia 14 em Samambaia. Ele assassinou a parceira com um tiro na cabeça.

Em 2019, o Metrópoles iniciou um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal são contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.

O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país. Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.

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